Blog e Fisica

Introdução

Que a Escola, de um modo geral, e a aprendizagem-ensino de ciências (na Escola básica) precisam se reinventar todo mundo já sabe. Desde os especialistas acadêmicos que nunca pisam no chão da Escola Básica até os profissionais que vivem o dia-a-dia e as contradições da Escola atual: conteudista, hierárquica e fortemente centrada no ensino.

O nosso (Profissionais da Escola e Acadêmicos) grande desafio é criar as contra-hegemonias possíveis para essa travessia: Da Escola atual para a Escola que precisamos. Produzir disrupção sem desorganizar demasiadamente a Escola.

É com esse Sul, que busco orientar minhas opções pedagógicas. E, pra mostrar um pouco de práticas e menos bla bla bla, que apresento abaixo uma dessas ações ocorridas no ano letivo de 2016.

Novos Arranjos para o Ensino de Ciências

Aproveitando uma chamada pública para projetos de Iniciação Científica Júnior, no Colégio Pedro II, e com a parceria do Prof. Marcelo Augusto, do Departamento de Biologia, configuramos um projeto interdisciplinar para se trabalhar o método científico tendo como pano de fundo um cultivo hidropônico. Uma descrição mais detalhada do projeto pode ser vista apontando seu navegador para este endereço.

A apresentação da parte do projeto mais explicitamente ligada a física e a automação de coleta de dados experimentais desenvolvida pelo aluno João de Felipe está no vídeo abaixo (9 minutos).

Embora não seja possível concluir somente da apresentação do João de Felipe no vídeo acima, cada vez mais eu tenho a convicção, baseado em práticas "no chão da Escola Real", que a transição para a Escola que precisamos se dará com mais arranjos que explorem aprendizagens e não ensino. E o uso intensivo de padrões abertos (software e hardware livres).

Quem viver verá :-)

Professores de Física podem se inscrever a partir do dia 3 de junho de 2016 no Curso Semipresencial de Extensão em Ensino de Física no Colégio Pedro II. O curso tem o objetivo de atualizar e capacitar os professores de Física para que possam utilizar novas técnicas, conteúdos e práticas em suas atividades docente.

O público alvo são professores de Física do Ensino Médio da rede pública ou privada do estado do Rio de janeiro. Serão oferecidas 50 vagas e as aulas começam no dia 18 de junho.

Carga horária:

• Presencial: 8 encontros quinzenais aos sábados, de 9h às 12h.
• Online: 80 horas de atividades.
• Total de 104 horas

A inscrição deve ser realizada até 3 de junho pelo email extensao@cp2.g12.br.

Introdução

No Colegiado do Departamento de Física do Colégio Pedro II/MEC surgiu a proposta (e consequentemente a discussão) se deveríamos fazer uma prova unificada para todos os Campi ou não. Evidentemente que há Professores e colegas que são a favor da proposta e outros que são contra. Na tentativa de contribuir com um debate mais qualificado sobre o tema, rascunho aqui os meus argumentos porque sou contra e, mais, porque sou contra os chamados "testes padronizados"!

Pressupostos Pedagógicos

Acho que já está bem estabelecido nos PCN+ que a avaliação é uma parte indissociável do processo de aprendizagem-ensino. Portanto uma prova unificada é incompatível com o respeito as particularidades de cada campus, a diversidade de micro-realidades e, não menos importante, incompatível com o respeito com as diferenças de concepções pedagógicas e educacionais de cada professor. (BRASIL, PCN - 2006):

"Portanto, a avaliação das aprendizagens só pode acontecer se forem relacionadas com as oportunidades oferecidas, isto é, analisando a adequação das situações didáticas propostas aos conhecimentos prévios dos alunos e aos desafios que estão em condições de enfrentar."

Esse ponto crucial, per si, já seria suficiente para refutarmos tal retrocesso educacional!

Ponderando os argumentos do defensores da Prova Única

• Os vestibulares são unificados, os alunos precisam se acostumar com isso! - Vestibular NÃO É INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM É INSTRUMENTO DE SELEÇÃO. Não se pode misturar alhos com bugalhos. Nem é objetivo da escola básica preparar o aluno para o vestibular! Isso é uma deturpação! Mas isso já é outra história! Só para fechar esse ponto, o papel da Escola é preparar os alunos para o mundo (social, do trabalho e etc). Portanto as estratégias de aprendizagem-ensino-avaliação devem estar focadas neste objetivo, não naquele!

• A Prova Única garante que todos os Professores Cumpram o Programa e trabalhem num mesmo "nível" - Prova não é instrumento administrativo! Para que todos os professores cumpram o programa existem os coordenadores dos campi, as RPS, o SESOP, a Chefia de Departamento e etc. A ideia (falsa) que todos os alunos chegarão a um mesmo nível em função das ações de ensino não sobrevive às evidencias experimentais. Numa mesma sala, submetidas ao mesmo Professor, os alunos têm desempenhos diferentes! Imagina num mesmo Campus, em regiões sócio-econômicas diferentes? Não podermos podemos perder de vista que o Colégio Pedro II é uma Escola que é repartição pública, e não uma repartição pública que é Escola. O pedagógico deve se sobrepor ao administrativo! Sempre!

Um último argumento prático-histórico!

Na gestão do Prof Luiz Roberto como chefe do Departamento de Física (2002), devido a uma canetada do Prof. Wilson Choeri, foi tentada a tal prova unificada. O resultado (meio óbvio) foi que para que a prova fosse unificada tivemos que escolher o mínimo de conteúdos para avaliar. Porque, pelos mais variados motivos, alguma unidades (agora campi) estavam adiantadas e outras atrasadas em relação ao programa definido.

Num universo de 9 campi, 50 professores, a chance de um imprevisto local ocorrer são grandes! Além de contra-producente pedagogicamente é, também, do ponto de vista prático.

Fechando a conversa

Sintam-se a vontade para ponderarem sobre os argumentos aqui apresentados usando os comentários ou publicando em algum espaço aberto de discussão assíncrona!

[atualização]

Outras Referências Externas

• Como os testes padronizados e o modelo de mercado ameaçam a Educação (Scielo)
• Em busca da Medida Certa (Revista Educação)
• Diane Ravitch (ex secretária de educação dos EUA) faz autocrítica e renega os testes padronizados (Revista Educação)

Introdução

Entrei na faculdade em 1989 (licenciatura em física) comecei a lecionar em Escolas em 1991 e somente por volta de 2002 comecei a realizar aulas particulares.

Estes 13 anos que levei para me sentir seguro para desenvolver aulas particulares se devem ao fato de que as aulas particulares são bem distintas de aulas regulares em turmas!

Em 2014, isto é, com 12 anos de experiência com aulas particulares e 23 anos de magistério eu me sinto seguro para apontar o que a aula particular pode resolver e o que ela *não* pode resolver!

Limites das Aulas Particulares - O que ela *NÃO* vai resolver

Um bom texto sobre Aulas Particulares (com foco em matemática) já foi escrito pelo meu colega Prof. Alexandre Ortiz que você pode ler aqui. Abaixo eu coloco as situações onde a aula particular tem grandes chances de NÃO funcionar:

• Você quer retirar o atraso da matéria de 2 meses em 1 hora de aula particular! Não existe milagre, esta 1 hora de aula particular não vai resolver seu problema!
• Você contrata o Professor para aulas particulares mas você não sabe qual é a matéria a ser trabalhada, não tem lista de exercícios e não tem anotações no seu caderno. O Professor particular não tem como adivinhar o que o seu Professor está trabalhando e não poderá lhe ajudar!
• Você não sabe nada dos pré-requisitos! Vai ficar difícil! Exemplo: Você quer aula particular de cálculo (limites, derivadas e integrais) mas não sabe fatorar, não conhece as funções básicas e tem dificuldade com as 4 operações. Será impossível que a aula particular de cálculo seja produtiva neste cenário! Mas a aula particulare poderá lhe ajudar nos pré-requisitos e depois no objetivo final!
• Você não quer aprender! Muitas vezes os responsáveis contratam o Professor particular mas não combinam com o filho se ele quer aprender! Aí fica difícil! Se não tiver vontade e esforço para aprender, nenhuma ação externa (ensino) poderá obter êxito!

Possibilidade de Aulas Particulares - O que ela pode resolver!

Se você é um(a) aluno(a) que sabe qual a matéria que está sendo trabalhada, tem algum domínio sobre os pré-requisitos da mesma e tem dificuldades com pontos específicos ou precisa apenas de ajuda em pontos específicos então a aula particular é uma ótima opção para você. Veja mais algumas situações abaixo:

• Você quer aprender de forma personalizada. A aula particular vai lhe favorecer. Você vai aprender no seu ritmo, com foco nas suas lacunas e potencialidades. Neste caso 1 hora de aula particular valerá mais que 10 horas de aulas regulares em turmas.
• Você compreende as ideias mas tem dificuldade na resolução de problemas ou realização de tarefas. Neste caso a aula particular também vai lhe favorecer muito. Pois te ajudará a desenvolver as competências e habilidades na resolução de problemas com foco no conteúdo que você já domina razoavelmente bem!
• Você está há muito tempo sem estudar. Dar a partida quando se está muito tempo parado(a) é bem mais difícil sozinho(a). Um professor particular vai te indicar o caminho das pedras para que vossa possa rapidamente voltar a estudar sozinho(a)

Um último aviso. Evite ficar dependente de aulas particulares! A aula particular dever ser apenas um recurso esporádico. Na sociedade em que vivemos, teremos sempre que aprender coisas novas.

Então desenvolver o autodidatismo é uma competência fundamental para os tempos atuais e futuros. Sempre encontraremos pontos onde é quase impossível avançar sozinho. Use as aulas particulares somente nestes pontos!

Toda regra tem exceções. Se você tem dificuldades específicas numa disciplina, o acompanhamento de um professor particular pode se fazer necessário!