Blog e Fisica

Um blogue sobre Ensino de Física


Um blogue para uma audiência especí­fica: Professores, não necessariamente de Fí­sica ;-)

2.12.2022

05:58 Permalink Colégio Pedro II, esse jovem de 185 anos

Categories: Educação
Colégio Pedro II, esse jovem de 185 anos

O Colégio Pedro II comemora hoje (02/12/2022 d.C) 185 de sua fundação! Um colégio que nasceu imperial mas que busca, cada vez mais, se aproximar de um ideal republicano, democrático e inclusivo!

Trabalho nele há longínquos 26 anos! Entrei no mesmo, como professor, quando tinha apenas 3 anos de formado! Era um educador cru e com todos os defeitos e esperanças de um jovem padawan, aka, aprendiz de professor!

Cometi (e ainda cometo) muitos erros! Possivelmente devo ter traumatizado muitos estudantes na minha fase inicial, quando repetia o mantra de uma escola conteudista, propedêutica e elitista! Se você é um destes estudantes, peço antecipadamente minhas sinceras desculpas!

Mas, em minha defesa, o professor que venho me tornando, hoje, olhando em perspectiva, é muito melhor do que aquele que entrou no Colégio Pedro II em 1996. Graças a cada estudante a quem lecionei, graças a cada colega servidor (docente ou não) que tive (e tenho) a oportunidade de conviver, conversar, problematizar, discordar, concordar, "trocar ideias no almoço", etc...

Os (muitos) defeitos que ainda mantenho são as minhas limitações. As eventuais qualidades, certamente, são méritos desta escola que sempre fez mais por mim do que eu por ela!

Parafraseando o Prof. Paolo Nosella : Trabalhar no Colégio Pedro II não é Labor é Poeisis!

185cp2 #cp2 #cp2tudoounada

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13.06.2020

18:05 Permalink Tecnologia na Educação para que?

Categories: Ensino, Educação, Fí­sica

Introdução

Vi essa foto no Linkedin e fiz um comentário. Como o comentário ficou um pouco grande resolvi trazê-lo para cá, fora dos jardins murados de serviços proprietários! Porque gerenciar seu próprio conteúdo é uma competência da cidadania na era da informação!

A foto e o comentário

Criatividade dos Professores

Professores se viram nos 30 para mitigar nossa crise sanitária

Esta foto é emblemática! A tecnologia usada como um "verniz de mais do mesmo". A tecnologia no lugar de produzir uma disrupção na escola é usada para repetir aulas expositivas!

Não me entendam mal. A Professora está fazendo o seu melhor para mitigar a impossibilidade da educação presencial! E merece muito mesmo nossos aplausos!

Mas precisamos refletir: qual deve ser o papel da tecnologia na educação? Uma ferramenta para deslocar o centro da gravidade do processo de aprendizagem-ensino para as aprendizagens (pense Vigotsky, Piaget, Pierre Lévy, etc) ou uma ferramenta para repetir as mesmas práticas focadas em um ensino massificado e homogêneo para todos?

Estendendo a conversa

Esta foto é emblemática por vários outros motivos! Os "neoluditas" que só enxergam na educação remota de emergência uma porta de entrada para a precarização do trabalho docente, verão (?) na foto uma evidência de sua tese!

Os Professores que entendem que a tecnologia precisa entrar na Escola, de maneira autoral e criativa, verão na foto uma evidência que se nos derem infra-estrutura e treinamento, nós Professores, faremos o nosso melhor para que a Educação seja cada vez mais inclusiva, diversa e cognitivamente abrangente...

Os Professores de Física, possivelmente, verão apenas um exemplo de um sistema em equilíbrio estático!

Uma pessoa que valoriza seus Professores, reconhecerá o quanto estes profissionais se sacrificam para superar as mais inusitadas adversidades.

Cada vez mais eu me convenço que os desafios da educação, em tempos de isolamento social, não devem se resumir a um simples Zero ou Um - Sou contra ou a favor de educação remota de emergência... Como nos mostra esta simples foto, há muitas maneiras de se enxergar e se agir diante da nossa atual realidade!

E você, cara leitora/leitor, o que vê nesta foto?

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13.04.2020

19:49 Permalink Pílulas de Ciências sobre a Febre

Categories: Fí­sica

[Aviso anti-patrulha]
Este texto não é EAD! Nenhum estudante em idade escolar foi (ou será) maltratado, colocado em situação de injustiça social, entrará em sofrimento psíquico ( coloque aqui seus motivos para não se publicar conteúdos propedêuticos durante a quarentena) porque leu ou porque não teve condições materiais para acessar este texto. Ele foi publicado na melhor esperança de ser útil para aqueles que, facultativamente, possam tirar algum proveito do mesmo!
[/Aviso anti-patrulha]

Introdução

Apresento aqui um pouco da ciência envolvida sobre o diagnóstico da febre. Será um texto curto, com referências para aqueles que desejam explorar, com mais detalhes, os tópicos descritos.

Contexto

As autoridades sanitárias e de saúde, nas suas estratégias de combate à pandemia do coronavírus, orientam a população a ficar em casa para que o isolamento social reduza a taxa de contaminação e, nos casos de suspeita de contaminação, a pessoa contaminada, dependendo de seu estado de saúde, pode ser encaminhada para tratamento médico.

Entre os vários sinais de possível contaminação está a febre:

febre e coronavírus
Fonte: Protocolo de manejo clínico da COVID-19 - Ministério da Saúde (Brasil 2020)

Febre

Como todos já devem saber nós, os seres humanos, somos mamíferos e portanto homotérmicos, isto é, nossa temperatura corporal, independente da temperatura do ambiente, permanece aproximadamente constante numa faixa, considerada ideal, que varia entre 36º C e 36,7º C.

Valores acima desta faixa, são consideradas febris:
estados febris
Fonte: Sítio web do Dr. Drauzio Varella

Medição da Temperatura

Em princípio qualquer termômetro calibrado para medir temperaturas na faixa de temperatura dos seres humanos serve! Entretanto existem os termômetros construídos e calibrados para a medição de temperatura de pessoas, os chamados termômetros clínicos.

No Brasil, os termômetros clínicos devem ter faixa de operação de 35ºC à 42ºC. Com resolução (subdivisões na escala) de décimos de grau Celsius para que se possa fazer leituras fracionadas com mais precisão!

Independente do tipo de termômetro clínico (analógico, digital ou por infravermelho) o mesmo deve entrar em equilíbrio térmico com a pessoa para que a medição de temperatura seja correta! Qualquer que seja o modelo de termômetro clínico utilizado, todos eles obedecem ao mesmo princípio: Uma grandeza física (volume, tensão, frequência, etc) varia com a temperatura de um modo conhecido. Assim uma relação de correspondência (função matemática) ocorre entre os valores da grandeza termométrica e o valor da temperatura!

Os detalhes de construção e funcionamento de cada termômetro podem ser objetos de pesquisa pelos mais interessados. O importante é que, a mesma ciência básica, fundamenta os mais variados termômetros clínicos. Desde os termômetros analógicos (que estamos mais acostumados) até os modernos termômetros de infravermelho.

Termômetro Clínico Analógico

Termômetro clínico analógico

Neste termômetro a grandeza termométrica é o volume (de mercúrio ou álcool). Há um mecanismo para que o líquido dilatado não retorne ao volume original durante a leitura da temperatura. Para se voltar ao volume original (e se fazer uma nova medição) o termômetro precisa ser sacudido!

Termômetro Clínico por Infravermelho

termômetro infravermelho

Como todos os corpos estão trocando calor com o ambiente e, umas das formas de se trocar calor é por irradiação. Pode-se medir a frequência da radiação infrevermelha irradiada por um corpo. Neste caso, a grandeza termométrica é a frequência da radiação eletromagnética emitida. Sabe-se que essa emissão de radiação infravermelha pode ser relacionada (de modo bem conhecido) com a temperatura!

Termômetro Clínico Digital

Termômetro Digital

Neste termômetro, a temperatura é correlacionada com alguma grandeza elétrica (que vai depender da construção do termômetro). Este termômetro pode, dependendo do modelo, inclusive armazenar as últimas medições feitas.

Avisos Importantes

  • Sempre leia o manual de funcionamento do seu termômetro clínico.
  • Há vários motivos para estados febris. Somente profissionais de saúde podem diagnosticar, com base em protocolos médicos, as causas dos estados febris!
  • Alfabetização científica qualifica a vida cidadã!

Referências

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5.04.2020

19:41 Permalink 7 dicas para aqueles que querem apoiar pedagogicamente, neste momento de crise, os estudantes

Categories: Ensino, reflexão, Educação

Introdução e Contexto

Eu me deparei com o vídeo abaixo de 6,22 min, em inglês (mas você pode ligar as legendas em português (ou em inglês, se quiser "improve your english") e que me pareceu bastante oportuno para o momento que vivemos.

Na escola que trabalho (e mesmo uma grande parte dos militantes da associação de docentes da minha escola) muitos colegas professores levantam a questão que não devemos fazer EAD, neste momento, porque seria excludente. Argumentam (para além das questões legais) que não temos treinamento e muitos de nós não temos a expertise ou a infraestrutura ideal. Para muitos, a única coisa que importa, agora, é que todos se mantenham sãos e seguros!

Eu penso que, embora eles estejam corretos e eu concorde com suas premissas, discordo da conclusão: Não devemos fazer nada para apoiar pedagogicamente os estudantes? Eu acho que podemos, facultativamente, dispor apoio pedagógico àqueles estudantes que puderem, tiverem os meios ou desejarem.

As 7 dicas

É o que o Professor de Inglês numa HighSchool estadunidense (Sacramento, California, EUA) Larry Ferlazzo aparentemente também acha e ele resume em 7 dicas!

Para os apressados da geração "Twitter" listo abaixo, resumidamente, as dicas do vídeo. Exceto pelas escolhas tecnológicas do Professor (as minhas já apontei aqui) concordo em 100% com suas 7 dicas!

  • Não faça nada valendo nota!
  • Enfatize a aprendizagem sócio-emocional (conteúdo não é necessariamente o foco!)
  • Prefira interações assíncronas - existe vida além dos vídeos e chats!
  • Não existe uma ferramenta/estratégia/prática única para todos os casos!
  • Quando possível, individualize o apoio pedagógico! (Eu sei, pode ser inviável para a maior parte de nós)
  • A minha preferida: Escolha soluções simples!
  • Seja generosa/o (consigo, com os colegas, com os estudantes, com todos)

As premissas são que os estudantes tenham acesso regular a internet, que vamos construir um avião durante o voo e que nada é absoluto! Portanto, abaixe as pedras ligue as legendas em pt-br e veja o vídeo:-)

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