Paradigmas Tecnológicos para uma Escola Disruptiva
Palestra no CMRJ
Hoje, 03/07/2013, a convite da amiga Tatiane Martins, fui ao Colégio Militar do Rio de Janeiro conversar sobre:
TICs e Ensino de Física - Possibilidades e Dificuldades para Uma Escola Disruptiva
Foi uma conversa muita prazerosa com os colegas Professores daquela Escola e com o corpo técnico de oficiais que compareceram. Ao final recebi o presente abaixo e tive o prazer de almoçar com a Professora e amiga Tatiane Martins, Prof. Alexandre Rosado, Profa. Ignez (Física), Profa Ângela (Física) e Profa. Monique ((Português).
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Os 30 primeiros minutos da conversa podem ser visto no vídeo abaixo:
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Abaixo as telas da Apresentação:
Artigo
Ainda na mesma temática, segue um artigo que escrevi e foi publicado na Revista AREDE sobre o mesmo tema (exceto a parte de física):
Artigo publicado na edição 91 (maio de 2013) da Revista AREDE.
Introdução
Não é nenhuma novidade que 11 em cada 10 “especialistas” em Educação (proporção que se mantém também entre curiosos e palpiteiros de plantão!) afirmam que a Escola precisa se adequar aos tempos atuais e, entre outras coisas, que Ela deve incorporar ao seu cotidiano as Tecnologias de Informação e Comunicação - as tão incensadas TICs.
Admitindo-se, sem maiores divagações político-pedagógicas, que um dos principais objetivos da Escola é preparar nossos jovens para a vida cidadã e para o mundo do trabalho, será que qualquer paradigma tecnológico é suficiente para que, de modo eficaz, a Escola alcance esses objetivos? Ou perguntando de outro modo: Será que a simples adoção do mais recente hype tecnológico, tanto em termos de dispositivos (hardware) como em termos de programas (software) é suficiente para que a Escola prepare melhor nossos jovens para o século XXI?
Disrupção, do que estamos falando ?
Alunos e professores podem incorporar, ao seu cotidiano escolar, as TICs para realizarem ”mais do mesmo ”, isto é, perpetuarem essa Escola industrial, conteudista, classificatória, burocrática, vestibuleira e (coloque aqui seu adjetivo pejorativo predileto). Ou, alternativamente, também podem apropriar-se destas “ferramentas” para potencializarem práticas pedagógicas contra-hegemônicas a Escola atual. Podem usar as facilidades de comunicação e produção coletiva para diversificarem currículos e percursos de aprendizagens. Escolher tecnologias que se adequem aos mais variados cenários e perfis sócio-tecnológicos. Quando estas pequenas, médias ou grandes rupturas ocorrem dentro da Escola real, ela se torna disrutpiva!
Disrupção e Liberdade
Não é possível apropriar-se de um aplicativo (software) para adequá-lo para o seu contexto educacional específico, de modo eficiente, se você não pode ter acesso, também, ao código fonte do mesmo. Não é possível, de modo eficaz, usar uma tecnologia para criar situações diversificadas de aprendizagens se esta tecnologia lhe chega como uma caixa preta que só lhe cabe apertar botões e seguir os manuais. Não é possível, verdadeiramente, desenvolver hábitos e habilidadess cognitivas para aprendizagens (tão necessárias para uma “Era do Conhecimento”) se você não pode jogar, brincar ou experimentar radicalmente com essa tecnologia. Uma Escola disrutpiva não é compatível com paradigmas tecnológicos refratários a exploração, a remixagem e ao estudo da mesma.
Não basta simplesmente que a Escola adote as TICs. É fundamental que essa adoção se dê com liberdade de usar essa tecnologia para qualquer fim. Com liberdade e possibilidades técnicas de estudá-la. Com liberdade para redistribuir as remixagens, de incentivar e permitir a colaboração entre aqueles que aprendem e aqueles que ensinam.
Adotar TICs baseadas em tecnologias fechadas e/ou proprietárias na Escola é como passar verniz de modernidade nas mesmas velhas e ineficazes práticas industriais. Uma ótima opção para preparar os nossos jovens para o Século XIX!