Em uma ilha bem distante - Resenha do filme

Publicado em ter 13 fevereiro 2024 na categoria Cinema

Uma ótima comédia romântica apesar dos clichês

Foto da Zeynab, protagonista do filme "Em uma ilha bem distante", de vestido vermelho, andando de bicicleta, com o mar ao fundo

Sim, é uma ótima e divertida comédia romântica mas com uma pegada multiculturalista!

Uma mulher alemã de 49, filha de mãe Croata e pai Turco descobre, no dia do enterro da mãe, que o marido estava se engraçando com uma empregada novinha (que foi só a cereja no bolo de sua vida bem merda).

O pacote de vida merda dela era bem completo. Pai machista e preguiçoso (morando com ela, o marido e a filha). Uma filha adolescente, egoísta, autocentrada e fã do pai :-) e... aquele casamento de muitos anos que se mantinha só pela tradição...

O filme tem três personagens femininas. A mãe que morreu, que eu já amei por ter feito um plano de longo prazo (mais de 40 anos) e que funciona! A Zeynab, protagonista do filme que, do seu jeito, acorda pra vida e faz a sua revolução (sem aquela raiva intrínseca dos feminismos brancos europeus) e a sua filha chatinha [que lembra um pouco as gerações atuais, mimizenta e autocentrada, com zero empatia com a mãe - essa parte da empatia com a mãe, fica de fora do perfil das gerações atuais :-)].

Na outra ponta, de uma clássica comédia romântica, o Josip, um croata que teve a esposa roubada pelo irmão (20 anos atrás) e se torna um solteirão faz tudo numa ilha na Croácia.

Por esses acasos de filmes românticos, ele mora na casinha de pedra minimalista - amei a iluminação movida a energia eólica e a preocupação para não entrar muita luz solar durante o dia - com uma vida simples e que por um acaso a mãe da Zeynab, secretamente, deixou de herança para a filha. No caso ela só ficou sabendo desta casa com a morte da mãe.

No meio dos clichês: encontro, briguinhas, tá rolando um clima e aquele final com pôr do sol numa ilha croata, rola algumas revelações da cultura turca, croata, alemã e etc (aprendi dois provérbios croatas!). Tem mais coisas, mas somos contra revelações (spoilers).

E a diretora (roteirista ?) ainda conseguiu colocar uma música que tocou por aqui nos anos 70 ou 80, nas rádios, como uma personagem do filme.

Enfim, é um filme sobre uma história local e particular e, por isso, universal que é contada com humor e leveza. Tem uma fotografia linda e ótima trilha sonora. As mensagens positivas sobre a vida vão de bônus :-)

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