Lula O Filho de Dona Lindu e do Brasil
Publicado em qui 07 janeiro 2010 na categoria Cinema
Mesmo o anti-lulista mais convicto deveria assistir o filme Lula O Filho da Brasil!
Teria, mais uma oportunidade, de descobrir que por trás do carisma, inteligência, coragem, persistência, simplicidade, paciência histórica e capacidade de ação do Lula existe toda uma conjuntura histórica e um pequeno grupo de "anjos" que tornam o Lula não um homem a ser mitificado (verdadeiro medo dos anti-lulistas!) mas um exemplo de Pessoa que soube enxergar os limites e as possibilidades dos espaços coletivos, que no lugar de ficar de mimimi, foi lá e fez, sempre numa perspectiva coletiva.
Mesmo que a cola das ações coletivas passe, eventualmente, pelo carisma de pessoas iluminadas!
Mas, além das interpretações magníficas da Glória Pires (Dona Lindu, Mãe do Lula), Rui Ricardo Dias (Lula), Milhem Cortaz (Aristides, Pai do Lula) e todo elenco (leia mais aqui), da trilha sonora ecleticamente linda, o que mais me chamou a atenção no filme foi quão importante é, na vida de qualquer pessoa, ter uma família unidade e uma mãe aguerrida.
Créditos da Foto: Otávio de Souza
A figura do Ziza (irmão mais velho do Lula) e Dona Lindu são, por assim dizer, as figuras centrais da história atual do Brasil.
Ambos, sem holofotes, mexeram os pauzinhos para o Brasil ser o quer é hoje. Foram as personagens que mais me emocionaram e que mais me impactaram ao ver o filme. Mais não comentarei para evitar spoiler!
Sindicalistas deveriam ver o filme para resgatar o óbvio: primeiro se constrói a mobilização /organização e só depois se define a forma de luta adequada ao contexto histórico e não o contrário!
Este é o terceiro filme que assisto sobre o berço do sindicalismo brasileiro. Do ABC da Greve, passando pelo Linha de Montagem (que traz imagens reais que foram brilhantemente reconstruídas (e usadas?) no Lula O Filho da Brasil) e o atual...
...e eu sempre fico impactado com a cena da assembléia com milhares de pessoas num estádio de futebol sem microfones. Me espanta que hoje, com e-mail, twitter, blogues, sms, etc... e não consiguimos nem 20% daquela mobilização! O que só reforça a tese do Dpadua:
Tecnologia é mato, o importante são as pessoas!
Obviamente que um obra que tenta retratar 40 anos em 2h sempre poderá soar como uma colagem que poderia ser mais bem desenvolvida...
A despeito disto vá assitir esta magnífica aula de história contemporânea brasileira e, porque não dizer, de cinema. Mas leve seu lencinho, eu precisei!