Apontamento da Leitura do texto: Aspectos históricos e socioculturais da população surda
Apontamentos
- Historicamente o surdos sempre foram excluídas do contexto social, mas isso vem mudando ao longo do tempo, sendo discutido por diversas áreas de conhecimento, da saúde à educação.
- A aquisição da língua oral pelos surdos não acontece de forma natural.
- Só 20% do conteúdo pelo surdo pode ser assimiliado pela leitura labial.
- Por conta disso os surdos desenvolveram a sua maneira de se comunicar (linguagens de sinais)
- Há três correntes sobre a educação de surdos: Uso a linguagem oral, uso da linguagem de sinais e o uso da linguagem bimodal (oral e sinais).
- Os surdos por se comunicarem em libras são considerados como um gupo linguisticamente minoritário.
- No Brasil, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) só foi reconhecida como meio de comunicação e expressão da comunidade surda pela lei federal n. 10.436, de 24 de abril de 2002.
- Sendo assim, o objetivo deste estudo é analisar a produção científica referente aos aspectos
históricos e socioculturais da comunidade surda e sua implicação no atendimento em saúde.
- O texto faz uma revisão de artigos baseado nos seguintes descritores: ‘surdez, história, cultura’, ‘aspectos históricos e surdez’, ‘história e surdez’, ‘saúde e surdo’, ‘saúde, surdez e linguagem de sinais’
- A amostra final contou com 26 artigos, dois documentos, duas dissertações de mestrado,
uma tese de doutorado e 33 livros-textos relacionados ao tema.
- Na antiguidade pessoas com deficiecia eram mortos ou isolado. Surdos, em algumas sociedades eram considerados pessoas com poderes de se comunicar com os deuses.
- Há poucos relatos de surdos na história. O texto mostra algumas menções aos mesmos em livros sagrados dos judeus e cristãos.
- Assim, durante séculos, os surdos foram tidos como não educáveis. (com base no pensamento aristotélico)
- Na idade média surgiu pela primeira vez um viés da abordagem do surdo na perspectiva da saúde com 5 categorias.
- Soraya Bianca Reis Duarte et al.1718 História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro1718 História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro
Galeno (131-201) e seus discípulos abordaram a existência de uma relação entre audição e os órgãos da fala de origem cerebral; isso significava a presença de uma lesão que afetava os surdos, estendendo-se ao nível da fala, sendo a razão do nascimento do termo surdo-mudo (Perello, Tortosa, 1978; Sacks, 1998).
- No século VI, o Código Justiniano relata pela primeira vez uma das referências mais remotas
aos surdos, classificando a surdez, pelos vieses do direito e da saúde, em cinco categorias:
- a classificação da surdez em cinco categorias trouxe uma mudança socioantropológica
e marcou a diferença de tratamento entre os surdos que falavam e os que não falavam.
- A classificação da surdez sofreu muitas mudanças ao longo dos séculos,
sempre acompanhando os processos de evoluções científicas, e, hoje, ainda se faz presente na área da saúde (Stevenson, Guthrie, 1949; Lulkin, 2000; Rabelo, 2001; Carvalho, 2007). A educação de surdos
- Em 673 d.C., tem-se o registro do primeiro professor de surdos, o arcebispo inglês John
of Beverly, de York (?-721), que ensina um surdo a falar de forma compreensível. Esse fato foi considerado milagre.
- Há uma relação direta entre saúde e educação para os surdos ao longo da história. Foram
‘os sacerdotes médicos’ e a legislação justiniana que deram oportunidade à ascensão social e legal dos surdos.
- A educação formal dos indivíduos surdos-mudos iniciou-se na Espanha, em 1555, quando o padre beneditino Pedro Ponce de León (Figura 1) educou uma pessoa surda de família nobre.
- Os primeiros livros sobre educação de surdos foram publicados pelos padres e educadores
espanhóis Juan Pablo Bonet (1573–1633) e Lorenzo Hervás Panduro (1735-1809). O trabalho de Bonet, Redução das letras e arte de ensinar a falar os mudos (1620), baseava-se na arte da articulação e do uso do alfabeto manual.
- Em 1750, um dos responsáveis pela mudança na história da educação dos surdos foi o abade Charles Michel de l’Épée (Figura 2). Ele aprendeu com os surdos pobres que viviam nas ruas de Paris a língua de sinais e introduziu esse sistema de signos na educação de outros surdos, possibilitando uma transformação significativa da realidade.
- Em 1799, o abade de l’Épée fundou o Instituto Nacional de Surdos-mudos em Paris, hoje
Instituto de Surdos de Paris. Essa foi a primeira escola de surdos do mundo, quando as aulas deixaram de ser individuais e passaram a ser coletivas.
- O congresso internacional de 1880 determinou a educação oralistas para surdos que durou quase um século, seu principal defensor foi Alexander Gran Bell (O inventor do telefone).
- Na década de 1970, diversas pesquisas linguísticas buscaram provar que as línguas de sinais
podiam ser comparadas às línguas orais em complexidade, singularidade, expressividade e função estética.
- Na filosofia da comunicação total, a visão do sujeito surdo deixa de ser focada na diferença
patológica para dar lugar à diferença linguística
- No Brasil, as transformações na história dos surdos tiveram início em 1855, quando o
imperador dom Pedro II trouxe um professor francês, Hernest Huest (surdo e partidário de de l’Épée), para iniciar um trabalho de educação com os surdos.
- “o surdo é mais do que simplesmente um sujeito que não pode ouvir”.
- A população de surdos constitui grupo heterogêneo e inclui pessoas que têm vários graus
de perda auditiva, utilizam diversos meios para se comunicar e pertencem a diferentes culturas (Meador, Zazove, 2005). A cultura é “onde se define não apenas a forma que o mundo deve ter, mas também a forma como as pessoas e os grupos devem ser, sendo, portanto, um campo de lutas em torno da significação do social” (Silva, 1999, p.143).
- A falta de acessibilidade comunicacional produz desconfortos e sentimentos negativos nos usuários surdos.
- A urgência em conceber políticas de acessibilidade linguística que considerem a surdez,
o surdo, sua cultura e identidade é o que vem sendo apontado nos estudos encontrados