Sobre este texto

Este texto foi escrito e publicado durante a pandemia de 2020. Reencontrei ele hoje (15/10/2024) e continuo com a mesma opinião (mas não com as mesmas moedas)... mas isto é outra história.

Introdução

Por mais evidente que seja é sempre bom relembrar que, felizmente, as pessoas são diferentes e as escolhas nunca são feitas apenas por critérios puramente técnicos:

"Como deveria ser óbvio, escolhas tecnológicas não se baseiam exclusivamente em aspectos técnicos, mas também, em opções pessoais e filosóficas (mesmo que não conscientes!). E, convenhamos, o mundo é menos enfadonho devido a diversidade de preferências e opiniões."

Estou lembrando disso porque estes dias num grupo do Telegram (de clientes de uma casa de pesquisa sobre criptomoedas) fui adjetivado de "arrogante" por manifestar uma opinião distinta do "senso comum do grupo".

As pessoas, às vezes, confundem humor com deboche... e eu não as culpo por isso, como já disse o Antoine de Saint-Exupéry: "As palavras são fontes de mal-entendidos..."

O que é riqueza?

Não manjo de economia, nem tenho a pretensão de fazer uma definição de riqueza que sirva para todos (olhem o título deste texto!). Mas imagino que pensar mecanismos de troca e/ou reserva de valor (criptomoedas) passa por se ter, minimamente, alguma clareza sobre o que você considera como riqueza!

Porque, em última análise, nós nos interessamos por economia, dinheiro, criptomoedas e quetais, porque desejamos, consciente ou inconscientemente, gerar e/ou acumular/socializar riqueza!

Partindo da premissa da Navalha de Ockham: A explicação mais simples é a melhor :-) estou considerando como riqueza tudo aquilo que te dá liberdade para fazer suas próprias escolhas pessoais e não inviabiliza que outros façam, também, suas próprias escolhas pessoais!

• Ter tempo livre é uma forma de riqueza;
• Ter conhecimento para produzir sua própria subsistência é uma forma de riqueza;
• Ter conhecimento para gerenciar seu próprio conteúdo é uma forma de riqueza;
• Poder ser e viver experiências e não ter muitos bens materiais, é uma forma de riqueza;
• Entender o mundo que você vive e como as coisas funcionam é uma forma de riqueza;
• Permitir que outras pessoas possam viver dignamente suas próprias experiências é, também, uma forma de riqueza...

Para encurtar a conversa... PARA MIM, riqueza não é ter minha conta pessoal abarrotada de criptomoedas ou moedas FIDUCIÁRIAS ou muitos bens materiais.

Ter riqueza é poder fazer escolhas simples para viver com propósito e permitir que outros possam fazê-lo também, se desejarem!

Assim, para mim, a riqueza tem uma dimensão pessoal mas não é independente da vida em sociedade!

Mas espera, isso não era um texto sobre criptomoedas? Sim, é! Eu quis apenas te apresentar um contexto... Mas vamos lá!

Reiniciando a economia, a troca e a reserva de valor: minhas escolhas de criptomoedas :-)

É aqui que tudo se mistura e faço minhas escolhas. Sim, pessoas que pensam completamente diferente de mim, podem desejar as mesmas ferramentas econômicas por motivos completamente antagônicos e isso é OK!

Eu quero uma "ferramenta econômica" que me permita ir para qualquer lugar do mundo e possa usá-la para adquirir bens e serviços de modo simples e fácil, independente de Estados Nacionais, políticas monetárias e/ou impostos e legislações complexas. Eu ouvi Bitcoin Cash (BCH) produção :-) ?

E não quero isso para fazer atividades ilegais ou que façam mal à terceiros, quero apenas para fazer coisas simples como pagar por uma estadia, comprar suprimentos para uma bicicleta ou motocicleta, ou mesmo comprar alimentos e incentivar a economia local!

Eu não quero (não tenho tempo nem capacidade) mudar o sistema financeiro para que este se ajuste ao meu modo de ver o mundo, então eu quero que esta ferramenta econômica possa ter alguma compatibilidade com o sistema financeiro legado e capacidade de ser compatível com o sistema financeiro futuro! Eu ouvi ADA caro leitor ;-) ?

Eu não tenho tempo, talento, expertise nem vontade de acompanhar toda a cena da criptoeconomia. Eu quero manter o foco no minimalismo tecnológico e em viver e criar valor para o mundo com o meu trabalho. Por isso não estou interessado em sofisticações financeiras (me julguem). Não me interesso por farming, derivativos, tokenização da vida, das artes, etc...

Eu quero a simplicidade, eu quero o tempo necessário para os demônios que me assombram...

E, por último, mas não menos importante, eu quero ecossistemas que sejam de código aberto, energeticamente eficientes (ouvi PoS ?) e que possam conviver com outros paradigmas tecnológicos e econômicos. Assim, não tenho como saber quem serão os vencedores desta nova economia!

Assim, faz sentido tomar algum risco (investir o dinheiro da cachaça) com algumas criptomoedas que, baseados em bons (ok, isto é bem subjetivo) fundamentos econômicos e tecnológicos - nesta ordem, possam produzir disrupção numa sociedade cada vez mais digitalizada e informacional... ouço sussurros tímidos de ETH e FIL?

Um último comentário

É absolutamente ok você discordar completamente de mim, ter outras visões ou teses de investimentos!

Seus investimentos, suas criptomoedas, seus NFTs, suas chaves privadas não foram (nem serão) impactados por minhas escolhas :-)

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