Meu resumo da LIVE da ANPED com a Profa Edméa sobre EAD em tempos de Pandemia
Contexto
A ANPED (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação) está organizando uma série de "lives" no Youtube sobre EAD em tempos de Pandemia, convidando vários pesquisadores das Universidades. Parabéns ANPED !
Em uma destas "lives" a Professora Edméa Santos - Livre Docente da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - pesquisadora de Educação e Cibercultura compartilha conosco suas reflexões e pontos de vistas sobre EAD em tempos de Pandemia!
Para além do "Zero ou UM" que virou a discussão sobre o uso da EAD, nestes tempos de crise, ela nos brinda com sua expertise, clareza conceitual e lucidez sobre o que podemos fazer em tempos de crise (e no pós-crise).
Recomendo fortemente que você invista 48 minutos de sua vida assistindo (a partir do nono minuto) sua explanação.:
Ligação (link) para o vídeo da gravação da "live"
Mas se você, por qualquer motivo, está sem tempo ("sem tempo irmão"), eu publico abaixo meu resumo do vídeo! Tenha em mente que todo resumo é filtrado pela visão de mundo de quem o fez! A ideia é espalhar a palavra e, seguindo as orientações da Professora no vídeo, criar diálogos em rede!
Meu Resumo do Vídeo
Em itálico e (entre parênteses) meus comentários! Perdoem qualquer ironia :-)
- Desejo anterior a crise: A Escola precisa entrar na Internet de modo autoral, intercultural, genuíno e cidadão!
- Educação a distância (EAD) são AÇÕES pensadas para fins educativos onde quem aprende e quem ensina não estão no mesmo lugar e, segundo ela, funciona no mundo inteiro, mesmo antes da internet!
- Educação online, não é necessariamente uma evolução da EAD;
- Educação online – Educação mediada por tecnologias em rede (repare, não precisa ser síncrona!);
- Não há nenhum fenômeno social que não esteja, de algum modo, engendrado pela rede! ("Neoludistas" estou olhando para vocês!)
- Educação Remota é como ela chama o que se está fazendo agora! (Não é porque o termo EAD está desgastado, mas é porque a maior parte do que estão fazendo agora não é EAD. São as respostas possíveis numa crise!)
- Não é o “online” que é ruim, mas a concepção de educação. Ela exemplifica que quem faz “má educação no presencial vai repetir no online” e vice-versa!
- Anterior a crise, a escola e a universidade já vinham sendo atacadas (corte de verbas, precarização do trabalho docente, etc) por isso ela tem um pé atrás com o uso da EAD nos tempos de crise... Sim, esta crise pode ser um bom pretexto para se acelerar os ataques, mas ela disse, também, que defende que exista ambiência do uso de EAD em conjunto com o presencial. Quanto mais diversidade de ambiências formativas mais riqueza e justiça cognitiva para os alunos. Redes Educativas.
- Cita que há experiências ótimas de interiorização da Educação pelo online em rede. Mas que não foram ampliadas.
- Advoga que deveríamos fazer o exercício legítimo e legal de se ter 20% dos currículos na modalidade de EAD (onde ele é possível – Ensino médio para cima (?))!
- Entretanto ela argumenta que: Se não fizemos isso antes, não é agora que vamos fazer isso “cruelmente e de forma forjada”! - (Minha questão: é possível tentar fazer sem ser cruel e forjado? Creio que sim!)
- Segundo ela, não temos, neste momento, de fazer “educação online” para todos!
- Segundo ela, os nossos jovens já vivem um ambiente online, mas pela cultura!
- Quer queiram ou não ela chama a atenção para o óbvio: Celulares já são instrumentos culturais do nosso tempo!
- Nossa relação com a cibercultura já é mediada por estes dispositivos (computador, celulares, mídias sociais, etc.).
- Aqui ela mesma se pega no dilema: Fazer educação online requer processos formativos para a docência online MAS, só se faz esses processos, fazendo! :-) (BINGO)!
- Ela canta a bola: No lugar do “mimimi todos os nossos alunos não tem acesso a internet” que tal “poder público por que uma internet gratuita não pode chegar, agora, nas comunidades ? Por que ao invés de se gastar dinheiro com google ou outras empresas e consultorias que vão tentar nadar na oportunidade, não se mobilizar a expertise das universidades e empresas brasileiras para que este acesso seja universalizado?" (Ouvi mais pró-atividade e menos mimimi?)
- Esta é a grande questão. A Universidade/Escola pode fazer no melhor espírito: testando, experimentando, documentando, compartilhando... Cultura de Rede! Temos uma oportunidade não uma impossibilidade!
- Também chama a atenção para outra obviedade: Usar o hibridismo de tecnologias (internet, TV, rádio, impressos) existe educação para além da internet!
- Cita um exemplo de professores usando a crise para reinventar a escola: No lugar de currículos disciplinares, temas geradores pensados coletivamente pelos professores! Usando o impresso! (Repito: No lugar de mimimi, ação!)
- Outra obviedade: Ela não defende (e ninguém que entende um mínimo de EAD também) transposição de 100 % do presencial para o online ou a distância (Esta é a maior falácia dos detratores da EAD. Não sei se, por ignorância ou má-fé!)
- Ela chama a atenção para algo importante: Se as tentativas de solução para a crise não saírem das Universidades em diálogo com os Professores nas escolas – serão empurradas as soluções daqueles que querem o fim da Escola que defendemos! Então, temos mais um motivo para sairmos do imobilismo!
- O momento é de abrir o debate e fazer acontecer! (Palavras da Profa Edméa!)
- Onde buscar referências? Páginas pessoais dos professores pesquisadores do tema e associações de pesquisa em EAD e Cibercultura! [Ou seja: procurem o que já existe :-)]
- Citou a Abciber: http://abciber.org.br/site/
- Página pessoal do Prof. Nelson Pretto http://www.pretto.info/
- Página pessoal do Prof. Sérgio Amadeu: http://psfl.in/23m
- Página pessoal da Profa. Edméa Santos: http://www.edmeasantos.pro.br/home
- Páginas de revistas científicas (estão quase todas abertas).
- Sugere que façamos “curadoria de boas experiências e bons materiais” (aqui um exemplo: https://eagoraead.wixsite.com/ensinaradistancia/)
- O momento é de produzir material e partilhar em rede!
- Educação em casa (homeschooling): É contra. A Escola é o espaço de construção da cidadania e da diferença. Mas conclui o óbvio: Atividades em casa, neste período de crise, não configuram o homeschooling! Critica o excesso de conteúdos (não os conteúdos) e fala que é um momento de tensão para as famílias mas tudo que faz pensar situações formativas é bem-vindo! Cuidar da vida não é contraditório com situações formativas cidadãs.
- Fazer curadoria! Não é necessário que os professores criem conteúdos, podem fazer curadoria! Sugere a oportunidade dos professores deixarem de (já ) serem “tutores” (seguindo cegamente livros textos) e passarem a cultivar a cultura da autoria (ativista e militante)! (ouvi mais professores escrevendo em blogues e produzindo conversas/reflexões em mídias sociais?)
- A hora é do fazer agora, mas com calma! Estamos numa crise sanitária!
- A ambiência formativa se auto-organiza! (Que potente esta síntese!)
- A hora é de ampliar nossos repertórios – aprender em rede! - Buscar fontes e nos conectarmos! Sugere o documentário freenet (1h e 34 min)
- Chama a atenção para os perigos do ciber-capitalismo!
- Recomenda (documentário privacidade hackeada – netflix )
- Vamos aproveitar a didática do assíncrono! (podemos trabalhar afetos, conversas e aprendizagens em tempos distintos!)
- Evitar produzir conteúdo repetitivo! (Todo mundo no departamento produzindo a mesma coisa!)
- Experimentar DIFERENTES FORMAS DE COMPARTILHAMENTO!
Espero que a leitura do meu resumo dure menos que 48 minutos :-)
E aí, vamos ficar parados ou vamos pensar, juntos e em rede, alternativas para a escola em tempos de Crise da COVID-19?
http://aprendendofisica.net/rede/blog/apoio-emocional-cognitivo-e-aprendizagens-de-fisica-precisamos-ter-esta-conversa/