Introdução
Se existe um consenso hoje, em Educação, é que
a Escola precisa se reinventar! Alunos, professores, "especialistas em Educação", marketeiros, vendedores de tecnologia, gestores,
coaches, acadêmicos e até a torcida do
Penapolense concordam que
a Escola precisa mudar!
E, como era de se esperar neste cenário, todo mundo tem uma opinião. E eu também :-) Abaixo cito alguns "lugares-comuns" que tenho lido/ouvido por aí e que, digamos assim, tem me enchido um pouco a paciência. Sim, estou ficando (?) velho e chato :-)
Os quatro (04) lugares-comuns de quem quer "tirar onda de inovador" na Educação
Professores são o grande problema da Escola...
O
Prof. Ronaldo Mota solta o seguinte "lugar-comum": "
Ainda mantemos a figura clássica do professor que entra na sala de aula e apresenta o conteúdo para os alunos como se eles não soubessem nada." Não estaria errando em afirmar que 12 em cada 10 pessoas que falam sobre o Professor não vão a uma sala de aula de uma escola básica há muito tempo!
Mesmo que um Professor de uma escola básica real, de qualquer lugar do País, quisesse considerar esta hipótese fantasiosa,
ele não conseguiria. Nossos alunos, no mínimo, leem muitas manchetes! A despeito da "fictícia geração Y" ler muito pouco (140 caracteres?),
é um pouco sobre muitas coisas! E mesmo o mais desatento dos Professores, nas nossas salas de aulas reais,
sabe disso!
Professores não mudam seu cotidiano escolar porque não querem...
É verdade que
nem todos têm o descaro de dizer isso explicitamente. Mas falam como se o Professor, hoje, em qualquer escola básica real, deteminasse currículo, organização espacial da sala de aula, atividades, ferramentas e etc. Só para dar um exemplo bem atual:
Quantas vezes perguntaram aos Professores se queriam tábletes ou computadores portáteis (notebooks)? Em que escola, no Brasil, o Professor pode dizer: Gente esse ano só vou trabalhar 1/3 do nosso programa! Gestores e pais histéricos cairiam, coléricos, em cima desses Professores! No mínimo, "o deus vestibular" não iria deixar!
Tecnologia e redes sociais serão a salvação da Escola...
Essa é a ideia que mais me chateia ultimamente :-) Os
neoludistas são mais inofensivos à Educação que os "
deslumbrados por tecnologia na escola"!
Deslumbrados por tecnologia são todos aqueles que acham que usar facebook na Escola vai revolucionar a educação! Gente que "quer pagar de inovador" e está sempre querendo usar
a última ferramenta da moda em Educação sem o menor senso crítico se é eficaz para coisas básicas como, por exemplo,
manter a inteligência coletiva dos aprendentes disponível no médio ou longo prazo acessível! Na Academia então
pululam artigos acadêmicos sobre isso :-)
Quem vai salvar a Escola são os "especialistas", as "assessorias milionárias" ou o pulo do gato encontrado nos "papers acadêmicos"...
Pessoas,
90% dos "papers acadêmicos" só são lidos pelos autores e pareceristas do local onde serão publicados!
Os outros 10% fazem tantos "recortes" para se adequarem ao referencial teórico que o que produzem quase não serve mais para a realidade! E não,
não sou nenhum recalcado com a Academia :-)
Nos sistema públicos de educação, rios de dinheiro são jogados no lixo com assessorias, capacitações, formações e etc para "revolucionar", "inovar", (
coloque aqui seu verbo marqueteiro preferido) a Educação ou os "pobres Professores".
Não vou citar nomes por questões legais (não tenho tempo nem dinheiro para processos judiciais!). Mas olhe o orçamento das secretarias de educação e veja quanto eles gastam com "consultorias especializadas"! É quase caso de polícia!
Então, nós os Professores reais nas salas de aulas reais, vamos ficar de so no "mimimi"?
Não! Defintivamente não.
Vamos continuar, no nosso cotidiano, a construir nossas contra-hegemonias possíveis para que uma
Escola Disrutpiva possa acontecer, hoje!
Vamos contagiar nossos alunos com a verve de que eles precisam configurar seus
APA/PLEs em
ambientes e plataformas livres.
Vamos continuar a "evangelizá-los" para que se
apropriem da tecnologia (e não sejam vendidos como produtos pelas tecnologias) e descubram que
gerenciar seu próprio conteúdo é uma competência política dos tempos atuais.
Vamos convidá-los a
programar e
hackear a Educação,
hackear as armadilhas que vendedores de soluções proprietárias trazem todos os dias para a Educação que nos torna meros consumidores de conteúdo.
Pois a Internet é uma rede de pessoas (livres) não de caixas mágicas fantasiadas de novo dispositivo (fuderoso e revolucionário) da moda :-)
Como disse o Professor
Nelson Pretto, temos que
Hackear a Educação!