Introdução
Não é a primeira vez que Professores, educadores, vendedores de softwares e hardwares, gestores, especialistas em mídias sociais (sic), e toda gente que dá pitaco em educação cometem o erro de acreditar que informação é conhecimento... que tecnologia é educação, que aprende-se mais com "broadcasting" de conteúdo educacional do que com conversações em torno do conteúdo educacional...
Foi assim com os edublogues. Uma grande parte deles preocupam-se mais em publicar conteúdo didático do que em conversar sobre os conteúdos didáticos... E agora repete-se o mesmo com as chamadas "mídias sociais". Cresce em progressão geométrica as aulas expositivas em vídeos. Ênfase em se publicar conteúdo didático e quase nenhuma interação ou conversação sobre os conteúdos didáticos.Aprendizagem ou Ensino
Uma olhada rápida nas teorias de aprendizagens mais contemporâneas - Sócio-Interacionismo ou Conectivismo para ficarmos com apenas dois exemplos - mostram que as aprendizagens são mais favorecidas com interações ou atividades que coloquem os aprendizes no centro do processo... As chamadas mídias sociais, em tese, favoreceriam essas interações em torno de objetos de aprendizagens ou mesmo potencializariam as aprendizagens colaborativas... Mas, aparentemente, o que mais se tem feito é o uso das mídias sociais com o único propósito de se fazer "broadcasting (espalhamento em massa)" de "conteúdos educacionais".Um exemplo desse desperdício
O Canal Matemática Rio usou o belíssimo gol de falta do David Luiz contra a colômbia para "fazer contas" com o conceito de velocidade média.
Sem entrar no mérito das questões conceituais sobre velocidade, velocidade média (ou sobre composição de movimento que o belo gol poderia melhor proporcionar) o canal lança o vídeo e não participa da conversações que ocorrem nos espaços de comentários...
Ou seja, temos apenas um simples canal de espalhamento de conteúdo... neste caso, com o "bônus" de espalhar o conceito errado de velocidade média! Uma pena que uma ótima ferramenta e um Professor talentoso estejam contribuindo para que continue a confusão sobre conhecimento e informação, como bem assinalou o Prof. Jarbas Vasconcelos: "Minhas críticas à Sociedade da Informação procuram mostrar que informação não é conhecimento. Na aprendizagem humana é preciso que a informação morra para que o conhecimento nasça. Assim, para uma educação de verdade, a escola de amanhã deverá promover significados em vez de insistir no armazenamento de informação. Finalmente, é preciso deixar claro que pensar não é simplesmente processar informação."
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