"A Literatura não é a vida real, meu caro rapaz, como você deseja (...) A Literatura discute a vida com outra verdade, com outra ferramenta."
História mediada por ótima literatura
A frase acima, é dita por uma das personagens (O Velho) do seu primeiro livro (Ponto Quarenta) e curiosamente antecipa o que veio a ser o segundo livro do Roger Franchini do, igualmente ótimo, Cult Cool Freak.
É a história do maior furto (Ok, na capa diz que foi assalto, mas são detalhes jurídicos) a banco já realizado no Brasil. Descreve, a luz dos fatos e da literatura (ótima literatura, diga-se de passagem), desde alguns dias anteriores ao furto até os desdobramentos, surpreendentes pra mim, que se sucedem após o exitoso empreendimento criminoso.
O texto, como no primeiro livro, revela a faceta mais obscura da polícia paulista e, curiosamente, faz uma ligação entre o furto ao banco e aqueles fatídicos eventos que se abateram sobre São Paulo, quando uma série de ataques criminosos a postos policiais produziram uma nódoa na História recente do Brasil.
O texto, que é baseado em fatos reais, nos é narrado com uma linguagem clara, apurada e instigante. Como disse "O Velho": "é a Literatura discutindo a vida com outra verdade".
Toupeira - A História do Assalto ao Banco Central é uma ótima mistura de Literatura e história real e mesmo já se conhecendo o final (oficial) você não deixará de se surpreender com o enredo, tramas e dramas de cada personagem da história.
E no final você ficará, mais uma vez, com a dúvida se é realmente a realidade que imita a ficção...