Introdução
Estou participando do
Jovaed-2011 em duas atividades ligadas ao estudo dos
Personal Learning Enviroment/Ambientes Pessoais de Aprendizagem(PLE/APA):
Demonstração Prática de Construção de um PLE - organizado/dinamizado pelo
Prof. Paulo Simões e
Aprender em Rede: Personal Learning Environments e Personal Learning Networks - organizado/dinamizado pela
Profa. Patrícia B. Scherer Bassani.
Como primeira atividade estou fazendo o
meu fichamento da leitura do texto de Referência:
Personal Learning Environments: Contributos para uma discussão do conceito do
José Mota.
Fichamento
O conceito de
PLE nasce dentro do contexto informacional da chamada
WEB 2.0: Aprendente como produtor de conteúdo, participação, partilha/colaboração e aprendizagem social em contraposição aos (ainda) burocratizados VLE/LMS (Ambientes Virtuais ou Gerenciadores de Aprendizagens) que ainda repetem o paradigma da gestão da aprendizagem "exterior" ao aprendente.
O termo apareceu, possivelmente, pela primeira vez, em 2001 num artigo de
Bill Olivier & Oleg Liber intitulado
Lifelong learning: the need for portable personal learning environments and supporting interoperability standards. E propunha uma integração entre os contexto institucionais de "ensino-aprendizagem" e as aprendizagens pessoais pares-a-pares (peers-to-peers) e aprendizagens ao longo da vida.
Entre 2004 e 2006 o conceito foi pesquisado no JISC/CETIS e fora proposto a primeira aplicação PLE:
PLEW(servidor) e
PLEX(desktop).
Vários autores tem discutido o conceito dos
PLEs;
Wilson (2007),
Terry Anderson (2007),
Stephen Downes (2008),
George Siemens (2008), etc.
A perspectiva da aprendizagem com/através do uso de
PLEs encontra base pedagógica em algumas teorias educacionais:
Conectivismo (Siemmens/2005),
Comunidade de Inquirição/Community of Inquiry (Garrison & Anderson/2003), na
Aprendizagem Virtual Integrada e na
Pedagogia da Proximidade de Mejias (2005), na
Construção e Partilha de Artefactos por parte dos aprendentes de Collis & Moonen (2001), e nos
Novos Ambientes de Aprendizagem de John Seely Brown (2006).
Há 3 principais razões que fundamentam os
PLEs:
- Aprendizagem ao Longo da Vida (aprendizagem informal);
- Aprendizagem centrada e sob controle do aprendente;
- Integração entre plataforma do aprendente e outras plataformas (outros aprendentes e/ou instituições de ensino formais ou informais).
Como se pode notar, os
PLEs tem duas dimensões: Um
caráter metodológico de como se aprende no novo contexto informacional e um
caráter tecnológico: como implementar esta nova metodologia com base nas tecnologias disponíveis.
Entretanto há algumas "definições" de
PLE por vários autores onde alguns enfatizam mais o caráter metodológico e outros o caráter prático/tecnológico da constituição/uso de um
PLE.
Embora alguns autores defendam o fim dos VLEs/LMSs a maioria dos autores estuda maneiras de integrá-los aos
PLEs, nas mais variadas gradauações.
Ainda sobre o caráter tecnológico dos
PLEs há autores que defendem que não há necessidade de um "aplicativo dedicado" para tal funcionalidade (Leigh Blackall (2005) em Die LMS die! You too PLE!) passando por autores que propõem uma ferramenta que seja personalizável e simples (para o usuário/aprendente).
Possivelmente no futuro os
PLEs deverão se sobressair em relação aos VLEs/LMSs:
"
No entanto, o futuro dos PLEs afigura-se-lhe mais seguro do que o de um qualquer LMS monolítico. Na sua opinião, só sobreviverão os LMSs que se abram a melhorias baseadas em standards, a pedidos de serviços externos e à forte dinâmica de evolução no sentido de aplicações educativas realmente centradas nos aprendentes (2006). Desse ponto de vista, os PLEs apresentam muitas vantagens: identidade; persistência; personalização e controlo; posse (ownership); presença social; capacidade e velocidade de inovação; e conectividade aberta (2006; 2007)."
Casos Reais de PLEs
O
projeto CETIS da Universidade de Bolton é atualmente a experiência mais sistematizada e sólida de estudo/construção de um
PLE. Construiram, com base na definição de uma série de padrões (patterns) um aplicatico desktop e uma versão "na nuvem" (servidor) desta aplicação.
A experiência da Universidade de Manchester - Mark van Harmelen (2008) desenhou 4 experiências diferentes de PLE:
"
1) O Manchester PLE/Virtual Learning Environment (VLE), um sistema (framework) desenvolvido em finais de 2004, inÃcios de 2005, que podia ser implementado como VLE ou como PLE. Neste sistema, o PLE é uma aplicação cliente baseada num desktop ou num computador portátil que tem a capacidade de funcionar quer em rede, quer em modo offline (stand-alone).
2) Um PLE totalmente baseado no browser (Firefox) e num servidor da web que faz do que usava uma abordagem de ‘‘small pieces loosely joined’’.
3) O Strawberry, uma experiência “descartável†(op. cit.: 37) de um PLE baseado em software social, que combinava uma comunidade, um blogue, um wiki e funcionalidades de partilha de ficheiros).
4) Um projecto em curso [à altura da redacção deste artigo], designado
mPLE2, que parte da experiência ganha com o Strawberry mas que se
estrutura em torno de actividades de aprendizagem individuais e na
comunidade, por um lado, e de planos de aprendizagem e artefactos
construcionistas."
A proposta de Mohamed Chatti é uma coleção de aplicativos que o aprendente seleciona e gerencia. Esta abordagem tem 6 caracterísiticas:
"
1. Usa a norma OpenID para autenticação.
2. Suporta o comentário e a partilha de todos os elementos do PLE.
3. O controlo de acesso é definido a dois nÃveis: o da página do PLE e o de cada um dos elementos constitutivos.
4. Para além da visualização tradicional da página, o PLEF propicia uma
visualização por categorias (tags) de todos os elementos.
5. Possui uma barra de navegação lateral que permite
a) a mobilidade, através de arrastar-e-largar, de elementos do PLE
entre páginas, ou a alteração da ordem das páginas;
b) clicar numa etiqueta (tag)para ver os elementos associados a ela.
6. Suporta pesquisa textual ou por etiquetas dos elementos do PLE."
A
abordagem de Stephen Downes é modular feita de múltiplas ferramentas (small pieces loosely joined) mas que devem seguir 3 paradigmas:
Interação, usabilidade e relevância. Uma sÃtese da abordagem do Stephen Downes é:
"
What I’m Really Saying Here ...
1. You are at the centre of your own personal learning network.
2. To gain from self-directed learning you must be self-directed.
3. These principles should guide how we teach as well as how we learn."
Minhas Considerações sobre o Texto
Excelente material que situa o "estado da arte" dos
PLEs e seus principais teóricos. Destaca como o paradigma da sistematização/homogeneização/normatização ainda povoa as tentativas de definição de um
PLE.
Aparentemente é uma contradição, pois uma abordagem pessoal não deve ser amarrada com "normatizações".
Entretanto acho que, do ponto de vista da pesquisa sobre o tema
PLEs, caibam duas abordagens:
- 1 - A construção pessoal do seu ecossistema (tecnologia + metodologia) de um PLE.
- 2 - Desenvolvimento de um sistema minimalista (com suporte a plugins) que implemente configurações mínimas para um "ponta-pé inicial" de um PLE e que incentive metodologias orientadas para as aprendizagens informais, ao longo da vida, sociais, interconectadas, flexíveis e que possam integrar aos VLEs/LMSs instittucionais.
Vale a pena também ler os resumos da
Patrícia Scherer:
E o também imprescindível resumo do estado da arte do
Paulo Simões:
Personal Envirement Learning.
Antes de ler este excelente artigo do José Mota eu tinha rascunhado
minha proposta pessoal de PLE:
Configurando um PLE - Parte I
Olá Sergio!
É um prazer estar participando no mesmo curso! [Ainda que não tenha podido iniciar e efetivamente aqui, devido a dificuldade para ler, por irritação nos olhos.
EsrevoEscrevo porque outro dia conheci teu blog e gostei muito. No post apresentava teu e-portfolio, construÃdo a partir de outro curso.Vamos interagindo! Um ótimo #PLE no #jovaed
[]'s
Paula Ugalde