Introdução
Sabe aquela máxima: "a melhor propaganda é o boca a boca"... pois bem, estava querendo ver um filme mas o cinemão comercial estadunidense me desanima... daí vejo uma ótima resenha da Tatiane Martins:
O perfil da Tatiane no Instagram não é público :-( E não dá para capturar todo o texto numa única foto :-(
Convidativo não? Dei uma lida em outras resenhas (todas elogiando o filme) e, pelo que li, já sabia que ia gostar!
[spoiler]O filme é muito, muito foda... [/spoiler]
Mini-Resenha - sem revelações
É bem difícil, pra mim, falar das qualidades do filme sem correr o risco de fazer aquelas pequenas revelações que tiram o encanto/surpresa de assistí-lo.... digo isso porque, no meio do fillme, juntando o que vi com o que já tinha lido sobre as personagens, intuí qual seria o desfecho...
Então se você é daquelas pessoas milindradas com pequenas revelações involuntárias, pare de ler esta resenha agora, e somente vá assistir ao filme. Te garanto que, se você curte filmes que ficam fervilhando na sua cabeça por vários dias, esse filme é pra você!
Mini-Resenha com o mínimo suportável de revelações
Você ainda está aqui? Ok, prometo não fazer grandes revelações!
O filme até próximo de sua metade, tem uma pegada de "comédia romântica" (muito mais pelas cenas cômicas do casal, do que pelo "romantismo" no sentido "fru fru" do termo). A personagem feminina principal do filme é, com o perdão do termo patriarcal, "pica das galáxias"! Mesmo que a personagem masculina principal do filme não fosse super insegura, ela ficaria intimidada com a madame Adelman!
Da metade pro final, o filme tem uma pegada: "antropologia das relações amorosas de longo prazo"... É um filme, definitivamente, sobre o Amor! Não aquele amor romântico (no sentido do senso comum)! Mas sobre a gratuidade do Amor. As personagens (Madame & Monsieur Adelman) amam e ponto! Não amam pelas qualidades ou defeitos do outro. Amam porque amam e ponto! E daí todos os vexames, ridículos e alegrias que decorrem de se amar (e optarem por viverem a dois)!
A despeito da personagem feminina ser judia, uma das milhares de coisas que gostei na Madame Adelman (essas mulheres empoderadas são apaixonantes mesmo!) é a sua crescente "superação", ao longo do filme, da "culpa judaico-cristã"! Adoro, também, o fato de que ela não vive aprisionada ao mito de que o Amor entre duas pessoas requer exclusividade sexual... e aqui não é possivel aprofundar este ponto sem correr o risco de dar spoiler....(Ok, foi só a minha leitura da personagem!).
Mas, se eu já não tivesse me apaixonado (metaforicamente) pela Madame Adelman, na metade do filme, eu não escaparia de me apaixonar no final quando ela diz uma das frases mais memoráveis (pra mim) do filme: "Eu adoro segredos!". Ela se refere a uma virtude rara hoje em dia, em tempos de mídias sociais, a publicização excessiva da vida...
E o Monsieur Adelman? Dizem que o roteiro do filme é feito pelo casal Nicolas Bedos (que interpreta muito bem o Monsieur Adelman) e Doria Tillier (que também arrasa como a Madame Adelman). Mas, puta que pariu... será que existe alguém, na vida real, tão inseguro e incompetente assim? Tu precisa garimpar muito pra achar virtudes na personagem do Monsieur Adelman! Só achei que não era necessário desconstruir tanto a personagem masculina para empoderar a feminina :-)
Resumo da Ópera
O filme é muito bom, vale muitíssimo a pena assistir! Na pior das hipóteses você dará muitas gargalhadas! Na melhor das hipóteses, você ficará com sua cabeça fervilhando por alguns dias :-)
De bônus a ótima trilha sonora, um "revival" visual pelos anos 70 e 80 e, "la crème de la crème", a belíssima sonoridade do francês!
4 comments
Comment from: Tatiane Martins
Comment from: admin
Opa Tatiane,
Não, sua resenha não tinha spoiler :-) O grande spoiler que achei, tanto no texto da Marta Rocha quanto em algumas das resenhas profissionais de jornais que li, é a revelação de que o filme teria uma reviravolta final surpreendente! Daí, conhecendo o espírito da personagem feminina eu imaginei o desfecho (comentei com a Cida no meio do filme o que achava que iria acontecer...).
Quando li tua resenha fiquei louco pra saber mais sobre o filme (e assistí-lo)! É passional sem revelar os detalhes cruciais! Mas acho mesmo, que toda resenha já revela algo, mas se eu não tivesse lido sua resenha talvez o filme saísse de cartaz sem que eu tomasse conhecimento do mesmo!
Tu escreve muitas reflexões legais nos seus perfis! O lance é que depois de muito tempo eles se perdem na enxurrada de conteúdo que todo muito produz. No blogue, pelo menos fica indexado e pesquisável! Seria uma benção poder achar tuas reflexões, também, no teu blogue :-)
Acredite, não sou tão radical sobre exposições em rede sociais... também publico alguns dos meus alteregos nas mídias sociais :-) Mas eu acho que aquele encantamento do revelar/esconder que curtimos no cinema e nas pessoas queridas, fica meio desbotado quando podemos quase que desvelar o perfil psicológico de uma pessoa (e aqui não falo de ninguém em específico, falo de muitas perfis que vejo na rede) só em olhar seus perfis na rede.
Mas desencana com minhas implicâncias :-) Como se diz: é só o Sérgio sendo Sérgio :-)
bjs
Comment from: Tatiane
Eba! Adorei sua resposta. Demorei para ver pq estou bem desacostumada a essa vida de ir aos blogues. Aliás, neste momento, estou pesquisando sobre isso. Quero fazer um domínio próprio (até hoje não tenho um!) e criar uma espécie de diário mesmo para guardar meus pensamentos altos e minhas filosofias de botequim, além de organizar um pouco meus escritos que estão se perdendo por aí. Minha cabeça fervilha o tempo todo e sinto, de verdade, a agonia de não achar meus pensamentos jogados aos ventos do FB quando os quero de volta para refletir mais e mais. Continuo desdobrável e elétrica, agora com algum tempo extra, com o fim do doutorado no ano passado. Minha cabeça não para. Não tem jeito!
Obrigada pelos elogios ao meu texto. Adoro escrever com um olhar bem pessoal mesmo. E não estou preocupada com a análise-crítica ao ato de desnudar-se nas redes sociais. Às vezes, sinto-me cansada também, embora nem sempre consiga frear o hábito de usá-las. Parece uma bola de neve ladeira abaixo, que vai crescendo sem parar.
Beijo!!! E até o próximo papo! Precisamos marcar um chope a 4!!!
Comment from: admin
Opa Tatiane,
Temos sim que marcar um chope a 4. Melhor depois de um filme :-) bjs
Amei a sua resenha e estou cada vez mais apaixonada pelo filme. Uma pergunta: em minha análise, eu apresentei muitos spoilers? Faço a pergunta pq meu objetivo é semore fazer uma resenha diferente do comum em que se descreve o filme e se faz algum comentário crítico. Quero simplesmente escrever o que sinto e penso em relação ao que vejo e leio.
Outra coisa: você está me animando a voltar a escrever em blog...
E por ultimo, mas não menos importante: aprendi com Sherazade que contar histórias é fundamental para enredar o outro, mas o segredo está em sempre deixar algo, uma novidade, para o dia seguinte, um segredo pra gerar expectativa e, muitas vezes até, se manter vivo. Não seja tão radical quanto à exposição nas redes sociais. Sempre existe algo mais que não se diz, algo além por se descobrir.
Beijos!!!