Traditional Learning Paradigm, foto de Plearn no Flickr.
Há duas coisas que ocorrem com alguma frequência com a Educação Pública. Todo mundo acha que entende de Educação e pessoas sem nenhuma experiência com Educação acreditam que o que funciona para administrar uma padaria, uma fábrica ou um comércio também servirá para gerir a Educação Pública.
Quando você junta esses dois ingredientes (gente sem experiência com Educação E seguidores de manuais estadunidenses de gestão) num "Secretário de Educação", bobagens históricas (isto é, já verificadas experimentalmente que falharão) voltam a ocorrer. Abaixo cito as 3 atitudes equivocadas que o secretário de Estado de Educação do Rio de Janeiro, Wilson Risolia está implementando na SEE-RJ:
- Testes Padronizados para melhorar o desempenho da Educação - Neste artigo da Revista Educação é discutido a ineficiência dos mesmos para se alcançar os objetivos para o seu uso. Obter informações sobre o quanto os alunos sabem e melhorar o desempenho dos alunos. Daria uma dissertação de estatística mostrar como a validade das informações de testes padronizados só são válidas se certos pré-requisitos forem satisfeitos. Daria uma dissertação explicar para burocratas que medições tem domínios de validade muito estreitos e que testes padronizados dizem muito pouco sobre o desempenho de uma rede!
- Implementar soluções de "especialistas" sem ouvir os profissionais da Educação - Não houve nenhum movimento da Secretaria de Educação do Estado Rio de Janeiro para ouvir as sugestões dos Professores para a melhoria da Rede. Que tal o Sr. Wilson Risolia apreciar criticamente as propostas dos Profissionais de Educação da Rede Estadual do Rio de Janeiro?
- Acreditar que gratificações irão motivar os Profissionais de Educação - Se não estivesse tão desatualizado saberia que as últimas pesquisas mostram que, incentivos materiais, só funcionam para tarefas simples. Para tarefas complexas (como educar) as motivações devem ser internas! Uma discussão interessante com dois vídeos não menos interessantes podem ser visto neste apontador (em inglês). O Estado do Rio de Janeiro é o Estado da Federação com o MENOR PERCENTUAL de investimento do Orçamento em Educação. Das Redes Públicas de Ensino, no Rio de Janeiro, é a que paga o MENOR salário. Qualquer estagiário de administração (menos o Sr. Wilson Risolia) sabe que só com bons salários, bons planos de carreira e políticas públicas de médio e longo prazo, que garantam condições adequadas de trabalho PODERÃO PRODUZIR resultados positivos em Educação.
Eu votei no Governo Cabral com uma esperança:
"Na área de Saúde e Educação o Governo Sérgio Cabral terá que melhorar muito pra ficar razoável. Então voto nele, também, para cobrar mais avanços área de Saúde e Educação."
Mas vejo que a Educação do Estado do Rio de Janeiro continua sendo gerida por um burocrata que não consegue distinguir Educação Pública de Administração de Empresas no Século XIX!
Uma pena para os nossos jovens, para o Rio de Janeiro e para todos os Profissionais de Educação da SEE-RJ