Sergio Blog 2.5

Embora eu não tenha nada contra publicidade, monetização da expertise do blogueiro e correlatos eu, enquanto leitor, não gosto quando a usabilidade fica em vigésimo plano em relação a monetização!

O que isto significa? Nada! Os blogues "times square" vão continuar a existir enquanto o mundo for mundo e agências de marketing (relacionamento, plurieditorial, midias sociais, e outros nomes chiques...) vão continuar vendendo a idéia de que blogues precisam de mídia-kit e outros apetrechos da web 1.0!

Mas será que é possível rentabilizar o blogue com as estratégias da web 1.0 sem chatear tanto os leitores cativos?

Aparentemente, a estratégia de adsense em feeds não trás resultados econômicos animadores! Talvez (e é só uma especulação minha), só traga chateação aos leitores de feed! [campo de força ativar].

Eu, quando tenho tempo e saco paciência, ando implementando um experimento! Na verdade, nem fui eu que tive a idéia, apenas resolvi usar uma estratégia que a boo-box já andou fazendo em alguns blogues (neste inclusive):

Colocar as caixinhas (ou outra ferramenta de monetização) somente nos textos mais visitados!

Qual é a lógica? O leitor regular/fiel/fidelizado sempre lê os novos textos sem aquele enxame de anúncios (cá pra nós, antipáticos pra caramba!). Os leitores que virão dos mecanismos de busca, depois de um certo tempo, é que verão a publicidade! E, pra todos os efeitos práticos, são eles mesmos que clicam nestes anúncios!

Pode ter uma caixinha aqui ou ali! Mas qualquer otimização (que no meu caso significa somente colocar um) de anúncios somente nos textos mais visitados!

Para um blogue que é somente um espaço pessoal de documentação e de conversações tem me agradado bastante!

* Pensando alto sobre publicidade em Mídias Sociais

Agora, se eu fosse uma empresa e quisesse fazer publicidade da minha marca nos blogues eu faria o seguinte:

• Escolheria alguns blogues sobre assuntos correlatos a minha atividade e outros de assuntos sem ligação direta com a atividade da minha empresa;
• Nos primeiros, escolheria os artigos (posts) mais ligados a minha atividade fim e proporia um patrocínio do texto (não é um texto/post patrocinado!), isto é, uma banner pequeno, integrado ao lay-out do blogue, com o seguinte texto. "Este texto, a apartir da data tal é um oferecimento de MINHA EMPRESA".
• No segundo grupo de blogues (cuja temática não tem nada a ver com a atividade fim da minha empresa) eu faria o mesmo, mas com os textos mais bacanas (não necessariamente os mais visualizados!) Os textos mais bacanas seriam escolhidos pela minha empresa junto com o próprio blogueiro!

É bem tradicional, mas a lógica é associar minha marca a coisas legais, aos melhores textos (associar uma boa experiência do leitor do blogue a minha marca!) ou ao mais correlato a minha atividade fim/produto (não um texto sobre o meu produto!)!

A diferença é que pra isto funcionar a empresa teria que se relacionar com os blogues e não ficar lendo mídia-kit como se blogues fossem mídia de massa!

Eu sei, eu sei, a proposta é viajante e não tenho muita esperança que a idéia prospere nas cabecinhas da Era Industrial... mas eu avisei que estava apenas pensando alto :-)

Mas, se todo modo você implementar a idéia, não deixe de compartilhar os resultados!

Do Hardy Heron

Assim... eu sempre achei uma frescura (provavelmente influenciada pela cultura estadunidense) esse negócio de termos de uso, política de comentários, política de privacidade e outros formalismos corporativos em blogues ou sítios pessoais...

Seria o análogo de pedir a uma visita que chegasse a minha casa para tomar um café, por exemplo, para passar na portaria e pegar um crachá! Ou enviar um memorando em 3 vias com firma reconhecida para poder bater um papo ou ampliar as conversações comigo...

Pombas, isto aqui é só um espaço pessoal de documentação! Só preciso me preocupar com problemas jurídicos, quando eles acontecerem! E acredite, este blogue vai fazer 6 anos sem nunca ter precisado destas, como direi... babaquices complicações paranóicas corporativas!

O que eu gostava do Google Adsense é que ele era a prova de idiota... Bastava colar um código na sua página e pronto!

Claro, você pode fazer mil e uma experiências de cor, formato, posição, conjunção astral para otimizar os ganhos... mas se você simplesmente colocar em algum lugar e escrever algo, minimamente relevante (bingo!), alguém poderá clicar na publicidade

Mas agora, pelo que pude entender, se quiser continuar usando o serviço do Google terei que criar um política de publicidade privacidade para o blogue

É por estas e por outras que cada vez mais eu sinto saudades do estado nascente dos blogues!

Ainda não me decidi (o prazo final é 25/05/2008), mas não se surpreenda se eu preferir ficar só com as Boo-Boxs... ao menos temos marketing relevante sem apurrinhações corporativas

Do Gutsy Gibbon

... ou o bom senso no uso de propaganda junto a produção intelectual, num blog, por exemplo!

Embora eu não goste de estrangeirismos desnecessários, tenho que admitir que o termo cunhado pelo Mauro para indicar qualquer forma de remuneração de trabalho intelectual, é bastante conciso para sintetizar um tema que tem pululado pela blogsfera brasileira nas últimas semanas.

Tem gente que até misturou teorias de aprendizagens ultrapassadas, (citando Skinner) com o conceito equivocado de open source:

(...)Algumas pessoas defendem que até o trabalho intelectual deve ser “open source”, deve ser livre. Por isso que obviamente quem sustenta essa opinião, nunca deve ter trabalhado na vida e deve ser sustentado pelos pais, naturalmente.(...)

Para afirmar que se pode misturar produção intelectual com propaganda em qualquer quantidade e em qualquer lugar, baseado simplesmente em critérios de audiência e/ou mérito da produção intelectual...

Eu não discordo que o autor de trabalho intelectual queira e possa/deva ser remunerado por isto, mas é necessário bom senso e, sobretudo, limites éticos. Em resumo, eu concordo com as ponderações do André Pessoa:

(...) Apóio totalmente que blogs usem a publicidade para obter receita, desde que com bom senso (propaganda muito intrusiva afasta leitores). No entanto, existem dilemas éticos relacionados a isso. Num veí­culo tradicional, existe o conceito de “Muralha da China”, ou seja, uma separação total e absoluta entre o que é conteúdo editorial e o que é publicidade. Os jornalistas nem sabem onde fica a sala do departamento comercial, e os contatos de mí­dia nem entram na redação. Num blog, isso é uma coisa muito mais complexa, pois ele é feito por poucas pessoas, ou por uma única pessoa. Fazer a separação do jeito certo acaba dependendo mais do voluntarismo e firmeza do autor do que de uma arrumação institucional que deixe as duas coisas bem longe uma da outra. (...)

Pessoalmente, não aprecio a mistura de conteúdo com propaganda. A propaganda pode/deve existir, preferencialmente contextual, mas deveria, ser veí­culada de modo que não seja excessivamente instrusiva no conteúdo principal. Em caso de blogs, sí­tios e correlatos, eu prefiro que elas estejam em barras laterais ou em notas de rodapé. E que sejam explí­citas! Acho eticamente reprovável que propagandas estejam disfarçadas de análises, embora admita que isto seja uma complexidade/dilema da comunicação moderna (conforme citado pelo André Pessoa)

Penso que esta discussão precisa, ainda, superar o enfoque "século XIX" de achar que a remuneração da expertise deva ser feita, única e exclusivamente de forma direta, quer seja via solicitações explí­citas de suporte (financeiro ou não) da obra ou através de propaganda contextualizada. Penso que na Era da Informação e da colaboração, outros modelos de remuneração do trabalho intelectual irão emergir, como por exemplo, o b2b entre especialistas (negócio direto entre especialistas!). Mas isso é assunto para uma próxima entrada ;-)

Do Dapper Drake