... ou o bom senso no uso de propaganda junto a produção intelectual, num blog, por exemplo!
Embora eu não goste de estrangeirismos desnecessários, tenho que admitir que o termo cunhado pelo Mauro para indicar qualquer forma de remuneração de trabalho intelectual, é bastante conciso para sintetizar um tema que tem pululado pela blogsfera brasileira nas últimas semanas.
Tem gente que até misturou teorias de aprendizagens ultrapassadas, (citando Skinner) com o conceito equivocado de open source:
(...)Algumas pessoas defendem que até o trabalho intelectual deve ser “open sourceâ€, deve ser livre. Por isso que obviamente quem sustenta essa opinião, nunca deve ter trabalhado na vida e deve ser sustentado pelos pais, naturalmente.(...)
Para afirmar que se pode misturar produção intelectual com propaganda em qualquer quantidade e em qualquer lugar, baseado simplesmente em critérios de audiência e/ou mérito da produção intelectual...
Eu não discordo que o autor de trabalho intelectual queira e possa/deva ser remunerado por isto, mas é necessário bom senso e, sobretudo, limites éticos. Em resumo, eu concordo com as ponderações do André Pessoa:
(...) Apóio totalmente que blogs usem a publicidade para obter receita, desde que com bom senso (propaganda muito intrusiva afasta leitores). No entanto, existem dilemas éticos relacionados a isso. Num veículo tradicional, existe o conceito de “Muralha da Chinaâ€, ou seja, uma separação total e absoluta entre o que é conteúdo editorial e o que é publicidade. Os jornalistas nem sabem onde fica a sala do departamento comercial, e os contatos de mídia nem entram na redação. Num blog, isso é uma coisa muito mais complexa, pois ele é feito por poucas pessoas, ou por uma única pessoa. Fazer a separação do jeito certo acaba dependendo mais do voluntarismo e firmeza do autor do que de uma arrumação institucional que deixe as duas coisas bem longe uma da outra. (...)
Pessoalmente, não aprecio a mistura de conteúdo com propaganda. A propaganda pode/deve existir, preferencialmente contextual, mas deveria, ser veículada de modo que não seja excessivamente instrusiva no conteúdo principal. Em caso de blogs, sítios e correlatos, eu prefiro que elas estejam em barras laterais ou em notas de rodapé. E que sejam explícitas! Acho eticamente reprovável que propagandas estejam disfarçadas de análises, embora admita que isto seja uma complexidade/dilema da comunicação moderna (conforme citado pelo André Pessoa)
Penso que esta discussão precisa, ainda, superar o enfoque "século XIX" de achar que a remuneração da expertise deva ser feita, única e exclusivamente de forma direta, quer seja via solicitações explícitas de suporte (financeiro ou não) da obra ou através de propaganda contextualizada. Penso que na Era da Informação e da colaboração, outros modelos de remuneração do trabalho intelectual irão emergir, como por exemplo, o b2b entre especialistas (negócio direto entre especialistas!). Mas isso é assunto para uma próxima entrada ;-)
Do Dapper Drake
Tá, "Vão surgir", mas enquanto não surgem,como a gente faz quando o Seu Barriga vier cobrar o aluguel?