Eu era aluno de graduação em física (UFRJ) em 1989, calouro cursando a disciplina de Física 1. Nesta disciplina se apresenta, com um detalhe matemático mais elaborado que aquele do ensino médio, grande parte da mecí¢nica clássica.
Nosso professor (por sinal, excelente professor) em certo momento do curso apresentava os efeitos de referencias acelerados (não inerciais) e nos apresentou a força de coriolis e, se bem me lembro, citou o redemoinho (ou vórtices) que se forma nos ralos de pias, como um exemplo desta força. Lembro, da nossa cara de espanto quando ele dizia que nos Hemisfério Norte o sentido de rotação era um e no Hemisfério Sul era outro.
Eu mesmo, já repeti este exemplo algumas vezes, nas poucas vezes em que tratei da força de coriolis. Pois bem, isto é um mito! E parece que tem sido repetido não só em meios acadêmicos como também em revistas de divulgação científica (Ciência Hoje (v. 25, no 150 de junho de 1999, p. 4)).
Neste artigo, originalmente publicado na Revista Catarinense de Ensino de Física. Ele é didaticamente desconstruído.
É com um certo constrangimento que constato que levei muito tempo para perceber este equívoco. E fica a questão que não quer calar. Quanta responsabilidade temos naquilo que falamos em nossas aulas. Uma inverdade ou equívoco dita com convicção, pode levar anos para ser desfeita!
Do Edubuntu