..."Quem não cola não sai da Escola" (Aluno Desconhecido!)
A frase acima foi dita por um professor de física (Prof. Oswaldo) quando eu estava no ensino médio (2o grau na minha época!) e ele acrescentava:
Mas se eu pegar é zero!
Esta história me veio a mente esta semana ao receber esta mensagem na lista EADBR!
O excelente EscolaBr está disponibilizando o software Ephorus que verifica seu um trabalho feito por um aluno contém plágio!
Longe de mim querer satanizar este software, mas a pergunta que eu faço é: Será que só atentar para a causa (a cola em si) e não para as causas da cola seria a melhor abordagem do problema!
Uma possível resposta é ventilada pelo Carlos Nepomuceno, neste artigo do Webinsider:
"(...) Não basta instalar uma ferramenta.
No fundo, estamos diante de um impasse.
Uma nova geração está vendo como é bom e produtivo estar em um ambiente como o Orkut (troque Orkut por wikipedia, google, yahoo respostas , etc), mas a escola, a empresa e a própria sociedade não estão preparadas para essa nova realidade.
Agora é um problema de cabeça e não mais tecnológico, (...)"
É preciso repensar como propomos os trabalhos e as atividades de pesquisa na escola, para que a cópia e/ou plágio deixem de fazer sentido para os alunos!
É óbvio que o aluno medíocre e/ou de caráter duvidoso sempre vai existir (enquanto o mundo for mundo!)... mas as vezes o modo como os trabalhos são propostos, quase que induzem o aluno a cópia...
Se o professor passa "uma pesquisa" e não lê/comenta a produção dos alunos, da próxima vez, certamente um grande número vai copiar e colar!
Se a pesquisa é sobre um tema muito vago e sem orientação, na hora do desespero, as mentes fracas irão copiar e colar...
Etc, etc, etc...
A questão mais importante numa pesquisa é o produto final ou o processo de garimpar informações e aplicá-las na resolução de um problema específico?
E pra não ficar apenas na teoria um exemplo prático:
Um exemplo do que não deveríamos fazer!
No modo "conservador" o professor (de física, por exemplo) pediria uma pesquisa sobre o funcionamento do GPS... para ser entregue em x laudas no formato Y. Leria todos os trabalhos e daria uma nota, baseado em critérios explicitados anteriormente aos alunos!
Alguns alunos, provalvelmente para "entregar o trabalho" mais rapidamente, fariam uma "pesquisa rápida na internet", copiariam um dos vários textos prontos sobre o assunto (muitas vezes sem sequer editar!) e entregariam ao professor!
Este, muitas vezes excessivamente atarefado com várias turmas e várias horas de aulas semanais, faria aquela "leitura diagonal" e daria sua nota (num intervalo discreto de notas, com no máximo três possiblidades: Zero, 5 ou 10!)....
[Nota Importante]
O Professor, na grande maioria das vezes, é também vítima de uma organização escolar ainda centrada em "horas aula", que contribui para que o mesmo seja menos educador e mais ministrador de aulas, com todos os efeitos indesejáveis para a educação!
[/Nota Importante]
Um Exemplo de como poderíamos melhorar a situação!
Tentando evitar a cópia e cola acrítica de informações pesquisadas na internet o professor poderia fazer perguntas sobre o funcionamento do GPS, por exemplo:
- Qual o Referencial utilizado no sistema de coordanadas do GPS ?
- Quais as coordenadas utilizadas pelo sistema de posicionamento do GPS ?
- Em que ponto da Terra se encontra a origem do sistema de coordenadas utilizado pelo GPS ?
- Qual o número mínimo do satélites que devem estar “no horizonte do receptor” para que ele possa funcionar (determinar a posição) e por que?
Poderia receber as respostas no modo tradicional (entrega em papel, etc...) ou pedir que os alunos publiquem suas respostas no portifólio da turma (que pode um blogue ou um wiki).
O acompanhamento das respostas, com sugestões e questionamento, é tão ou mais importante que a resposta final dos alunos! Isto não resolve totalmente o problema da cópia acrítica da produção intelectual alheia, mas desloca o problema da patrulha pela cola, para a adminstração da produção de conhecimento a partir de outras contribuições!
Concluindo Provisoriamente
O mais importante é que ao invés de usar as novas tecnologias para resolver problemas do paradigma da Escola como centro de ensino, temos que ao menos, usar as novas tecnologias para resolver problemas novos! De uma Escola que é espaço de Aprendizagens e de Colaboração!
Nota Extra
Este texto também está publicado no BlogMestre, que é um projeto de vários blogues escritos por professores! Lá vou escrever exclusivamente textos ligados ao uso de TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) em contextos educacionais!
Se você não aguenta mais administrar tantos feeds use este aqui que junta os feeds daqui com os de lá! Ou se preferir, use este aqui, que junta a categoria educação daqui com o de lá!
O Yahoo Pipes é meu salvador e me ajudará a domar a superdosagem de informação... ao menos enquanto o fav.or.it (dica da Lu, do Dia de Folga) não chega!
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