Aviso
Este é um texto de convidado, primeiro por aqui eu acho. Os créditos do excelente texto são do Paulo César Pereira.
Você podem ver seu vídeos seguindo este apontador.
NÃO SEJA VOCÊ O PATO
"Se você sentar-se a uma mesa de pôquer e não descobrir quem é o pato em meia hora, levante-se e vá embora, pois o pato é você".
(Warren Buffet)
Nos jogos, no Mercado Financeiro, nos concursos e vestibulares
sempre há patos.
A função da Banca Examinadora é discriminar, classificar, eliminar. A prova é um campo minado, para pegar patos.
Ultimamente tenho visto este trabalho de separar o joio do trigo
começar antes mesmo da prova. Tentam amedrontar os concorrentes dizendo possuir sistemas anti-chutes. MENTIRA!
Tem o caso da UFSC, com sua prova somatório e complexa fórmula
para cálculo da pontuação:
"6. DA PONTUAÇÃO DAS QUESTÕES
6.1 - As questões de proposições múltiplas serão pontuadas de acordo
com a seguinte fórmula:
Se NPC > NPI
Então P = [NP - (NTPC - (NPC -NPI))]/[NP]
Senão P = 0,00
Onde:
P - Pontuação do candidato na questão
NP - Número de proposições da questão
NTPC - Número total de proposições corretas
NPC - Número de proposições corretas consideradas corretas pelo candidato
NPI - Número de proposições incorretas consideradas corretas pelo candidato"
Confesso que ainda não tive tempo de estudar a UFSC. Mas sou exímio conhecedor do CESPE, com sua temida "UMA ERRADA ANULA UMA CERTA". Inclusive consegui ficar em 2º lugar dentre 12.000 candidatos do BB3 2007, criando um método ANTI-CESPE.
O Ceará, conhecido por seus bons alunos na área de exatas, me
presenteou com um excelente artigo científico, corroborando minhas teses pró-chute.
http://br.geocities.com/sapoia2000/Abandoning_Negative_Marking.pdf
Este artigo foi encontrado pelo Kerick: kerick.quimica@gmail.com
Matematicamente, seria justo apenar o chute seguindo a seguinte
fórmula:
N = C- E/(O - 1);
Onde N é a nota final;
C: número de respostas corretas;
E: número de respostas incorretas e
O: número de alternativas por item.
O CONHECIMENTO RESIDUAL
Matematicamente, nossas chances seriam de 50%, no estilo CERTO
ou ERRADO. Porém, como se pode ver no quadro abaixo, cientistas descobriram que acerta-se 65% dos itens onde se julgava não ter conhecimento algum.
Ocorre que sempre há algum tipo de conhecimento, ainda que parcial:
Hammond e companheiros estudaram candidatos que fizeram curso de
revisão para pré-exame encorajando-os a tentar responder, com certo nível de certeza, cada item de acordo com 3 alternativas:
- Positiva: candidato tem certeza da resposta;
- Chute equilibrado: candidato sabe alguma coisa do assunto, mas não tem absoluta certeza;
- Chute aleatório: candidato advinha aleatoriamente.
Nesse estudo, para questões atribuídas respostas positivas, os
candidatos obtiveram 89.2% de acertos enquanto 75% dos chutes equilibrados e 65% de chutes aleatórios foram corretos. Os autores declararam que na visão deles, pode não haver a tal escolha do chute aleatório uma vez que os candidatos terão alguma experiência no assunto. Entretanto, com conhecimento limitado.
OS HOMENS E A PENA AO CHUTE
Outro detalhe de apenar o chute é que se privilegia os homens,
como nos relata o cientista no quadro abaixo:
A decisão de omitir respostas é influenciada por características
de personalidade. De acordo com McGuire, a faculdade de Genebra dos Clínicos Gerais no Reino Unido abandonaram o critério "uma errada anula uma certa" vários anos atrás, quando eles mostraram que esse sistema discriminava as candidatas mulheres porque elas tendem a ser mais cuidadosas com relação ao chute.
Os candidatos parecem interpretar as instruções para o chute de
diferentes maneiras. Isso mostrou que a relutância dos candidatos em submeter-se a uma resposta em caso de dúvida é influenciada por instruções dadas antes da prova. Por exemplo, quando os examinadores escrevem: "a penalidade para o chute é rigorosa", existe então uma clara preferência de omitir respostas.
Até 27/02/2009, 210.000 pessoas me visitaram no YouTube, 140.000
do sexo masculino e apenas 70.000 do sexo feminino. É um número muito forte, de cada três pessoas que me visitam, duas são homens e apenas uma é mulher.
O normal seria de um para um, corroborando a tese dos cientistas de que os homens gostam mais do chute do que as mulheres...
A PENA INSUFICIENTE
Se diante de uma justa apenação aconselhamos o chute, não
conseguimos entender como os candidatos deixam questões em branco diante de uma pena de apenas 50% da justa.
Aconteceu, agora em 01/02/2009, no concurso do CESPE para ADVOGADO DA UNIÃO. Foram 200 itens onde dois errados anulavam um certo e
teve gente que deixou questões em branco:
"13.2 A nota em cada item da prova objetiva, feita com base nas
marcações da folha de respostas, será igual a: 0,50 ponto, caso a resposta do candidato esteja em concordância com o gabarito oficial definitivo da prova; 0,25 ponto negativo, caso a resposta do candidato esteja em discordância com o gabarito oficial definitivo da prova; 0,00, caso não haja marcação ou no caso de marcação dupla (C e E)."
Fonte:
http://www.cespe.unb.br/concursos/AGUADV2008/arquivos/ED_38_AGU_ADV_ABERTURA.PDF
A matemática e a inteligência fazem muita falta nestas horas.
Ficaria muito grato se pudesse compreender os motivos que os levaram a deixar questões em branco.
"Novo ENEM terá sistema contra chutes"
Parece que o INEP está exagerando na dose. Começou por anunciar
as regras do NOVO ENEM em cima da hora, esconde a fórmula de cálculo da nota e ainda inventa que sua prova possui sistema anti-chute.
TOMA SEIS! RATO DE IGREJA VELHA!
É como respondemos a quem TRUCA blefando.
O INEP prega uma baita mentira, dizendo ser a TEORIA DA RESPOSTA
AO ITEM à prova de chute e os jornalistas ficam aí alardeando a notícia, sem ao menos perguntar como isto será feito. Onde está a fórmula para o cálculo da nota?
Parece que fizeram o seguinte curso de jornalismo:
- Ta vendo aquela nuvem no horizonte, elabore uma manchete.
- NUVEM NEGRA NO HORIZONTE!
- Não! TEMPESTADE AMEAÇA DESTRUIR A CIDADE!
- Mas e se a chuva não vier?
- Estampamos no dia seguinte: CIDADE ESCAPA MILAGROSAMENTE DA DESTRUIÇÃO!
Há alguns dias o STF decidiu que o diploma de jornalismo não é
obrigatório para o exercício da profissão. E fez muito bem.
Agora o absurdo dos absurdos: um sistema anti-chute sem pena ao
chute.
Já inventaram até o CHUTE MODERADO:
"11- É melhor chutar uma resposta qualquer ou deixar a questão em branco?
Sim, é melhor chutar. Ao marcar uma resposta, o candidato tem mais uma chance de acertar. Então, o Inep recomenda que o candidato não deixe questões em branco. Apesar disso, o chute deve ser moderado. E, para ter mais chances, o candidato deve analisar as alternativas e eliminar as mais improváveis de estarem corretas.
12 - O sistema consegue identificar se o candidato chutou muito? Como isso acontece?
Sim. A nota final não considera o total de acertos, mas o padrão de resposta do candidato. Isto é, o índice de acertos de questões fáceis, médias e difíceis deve ser equilibrado. Estatisticamente, quem erra questões mais simples acertará um número menor de difíceis. Da mesma maneira, aqueles que acertam as mais complexas não erram nas fáceis.
Então, quem acertar mais difíceis do que fáceis provavelmente chutou em boa parte da prova. No geral, como a prova vai considerar o padrão de respostas, o aluno que acertar
proporcionalmente fáceis e difíceis terá um desempenho melhor do que aquele que acertar mais difíceis do que fáceis. Se o chutador acertar mais difíceis do que fáceis, a nota atribuída à questão certa será inferior à daquele que respondeu certo por dominar o tema.
13 - Questão errada tira ponto?
Não é descontado nenhum ponto se o candidato errar uma questão."
Fonte:
http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL1250990-5604,00-TIRADUVIDAS+G+RESPONDE+A+PERGUNTAS+SOBRE+A+CORRECAO+DA+PROVA+DO+ENEM.html
"Se o chutador acertar mais difíceis do que fáceis, a nota atribuída à questão certa será inferior à daquele que respondeu certo por dominar o tema."
MENTIRA!
Qual fórmula será capaz de tal façanha?
Se o INEP fosse capaz de punir o chute, ficaria quietinho. Era só punir, não precisava ameaçar. Como não consegue, BLEFA.
Esperemos pela fórmula. Verão que não há o menor motivo para
preocupações.
[Atualização]
Veja um vídeo do Paulo César sobre este assunto:
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Por Paulo César Pereira