...Ou uma resposta a provocação do Nelson Corrêa!
Introdução
O Nelson Corrêa do Blogue "Pô meu" comenta, nesta entrada, sobre uma compra feita pela cidade de Saint Louis, EUA, que gastou U$1.000.000,00 comprando 2000 Palms Tungsten T|X para alunos de um distrito pobre da cidade. Embora ele não seja explícito, ele dá a entender que isso é uma escolha de "país sério" enquanto que a escolha pelos Notebooks do MIT (OLPC, B1), é coisa de países menos desenvolvidos:
"(...)Em outros lugares menos desenvolvidos do mundo, tem-se discutido há mais de ano, o uso de um brinquedo de plástico para ajudar o aprendizado das crianças. A escolha é nossa."
Eu ia comentar lá mesmo, mas ficou tão grande o comentário, que achei melhor escrever aqui e mandar um trackback para ele :-)
Minha Ponderação
Caro Nelson!
Há, na minha opinião, um equívoco na escolha tecnológica desta cidade! Acreditar que a tecnologia é mais importante que a pedagogia!
A escolha entre Palm Tungsten T|X (e eu tenho um e gosto muito) e entre os Notebooks do MIT é a escolha entre um hardware determinando o projeto pedagógico ou um projeto pedagógico determinando um hardware!
Não, não é um trocadilho (Nem é uma masturbação acadêmica)! Há enormes impactos metodológicos entre se escolher um ou outro! (Simples assim!)
Aprender em redes de colaboração, centrado no paradigma de que se aprende fazendo e refletindo sobre o que se faz, onde o hardware é apenas o mediador destas redes de colaboração e de descobertas faz toda a diferença numa escola que pretende formar cidadãos para a Era da Informação.
O uso de Palm Tungsten T|X, é centrar a aprendizagem numa perspectiva individual e mais, é acreditar que é o hardware que vai determinar o sucesso das aprendizagens, quando há várias evidências de que uma metodologia coerente e centrada em modelos pedagógicos com 30 anos de estudo tem muito mais chances de sucesso!
É obvio que há vários outros pontos que devem ser levados em conta num projeto educacional: Capacitação Docente, Docentes motivados (bons salários, boas condiçoões de trabalho), sistemas escolares comprometidos com aprendizagem e não com estatísticas para o Banco Mundial, e etc).
Me parece uma "inocência", acreditar que ter um hardware com mais recursos (que nem é o caso neste exemplo particular) é o determinante para escolhas sérias e/ou comprometidas com o sucesso! Mesmo considerando o contexto econômico e tecnológico de uma escola estadunidense, existem, hoje, alternativas mais "sérias" para se produzir educação inclusiva e de qualidade! E eu incluo os Notebooks do MIT entre estas alternativas!
Embora seja óbvio, caro Nelson, sinta-se livre para discordar e fazer uma tréplica :-) Primeiro, porque as idéias devem mesmo ser discutidas (preferencialmente de modo qualificado!) e segundo, e não menos importante, porque blogues são conversações!
Do Edgy Eft