Nota de Tradução
Esta é uma livre tradução de Instructivism, constructivism or connectivism escrita por Ryan Tracey no excelente blogue E-learning Provocateur. Se inglês não é um problema pra você leia o original.
Instrucionismo, construtivismo ou conectivismo?
O Instrutivismo está morto. Estão distantes os dias em que um professor autoritário transmite informações pré-definidas para alunos passivos (NT: Qualquer semelhança com uma Escola atual, não é mera coincidência!).
Na década de 1990, o construtivismo anunciava um novo alvorecer no design instrucional, turbinou-se com a ascensão da Web 2.0. Os alunos transmformavam-se em participantes, habilitados a buscar novos conhecimentos por si mesmos, no contexto de suas próprias e únicas, experiências individuais.
Por sua vez, os professores entusiasmados transformaram-se em facilitadores, orientando e treinando os participantes para perguntar, explorar, descobrir e até gerar novas aprendizagens.
Avançando rapidamente para hoje e o conectivismo está na moda. Nessa era digital, nós simplesmente reconhecemos que existe muito conhecimento para se apropriar - e isso de qualquer modo, muda muito rapidamente. Então esqueça tentar "saber" tudo, em vez disso, construa sua rede de fontes de conhecimento e as acesse sempre que precisar delas.
Descida Escorregadia
A popular sequência de eventos que eu recontei é frequentemente representada pictoricamente como um gradiente, acompanhada por onipresentes tabelas comparando os vários aspectos das três pedagogias.
Instrutivismo -> Construtivismo -> Conectivismo
Mas esse gradiente é uma representação razoável?
Certamente é uma representação precisa em termos cronológicos: o conceito de construtivismo foi concebido após o instrutivismo e o conectivismo foi concebido depois disso.
No entanto, acho que o diagrama enganosamente sugere uma evolução do design instrucional. Em outras palavras, o construtivismo foi tão intelectualmente e pedagogicamente superior ao instrutivismo que o substituiu e o conectivismo é tão intelectualmente e pedagogicamente superior ao construtivismo, que por sua vez, o substituiu.
Certo, o gradiente reflete um crescimento maravilhoso das ideias, mas eu acho que é uma armadilha concluir que as últimas pedagogias substituiram as primeiras.
O mundo real
Minha opinião é instruída pela observação.
Sim, a aprendizagem no local de trabalho tem, felizmente, tornado-se cada vez mais construtivista e até conectivista ao longo do tempo, mas todos sabemos que o instrutivismo ainda sobrevive e bem.
Por exemplo, aulas presenciais (face-a-face) com monólogos dos instrutores e sessões de treinamento um-para-um permanecem como modos populares de capacitação. Mesmo nos espaços de e-learning, cursos online são tipicamente lineares, aulas virtuais, com freqüência, replicam seus antepassados de tijolo e cimento, enquanto podcasts, obviamente, são essencialmente instrucionistas.
Quanto mais as coisas mudam, mais elas permanecem as mesmas.
Por que isso acontece? Porque, em meio a constante e progressiva evolução das teorias de aprendizagem e do design instrucional, o instrutivismo desenfreado persiste? Por que o construtivismo e o conectivismo ainda não emergiram?
A resposta, creio eu, é que o instrutivismo permanece relevante.
Os três amigos
Permita-me elaborar meus argumentos no contexto da indústria de serviços financeiros (NT: O autor tabalha com EAD numa grande empresa financeira).
Quando um novo funcionário é recrutado para a organização, há certas coisas que ele tem que saber. Por exemplo, pode ser imperativo para o trabalhador entender como funciona o sistema de aposentadoria, ou um regime de tributação especial, ou os regulamentos que regem uma opção de investimento em particular.
Não só uma sólida compreensão dos conceitos fundamentais têm uma influência óbvia sobre a capacidade do funcionário de fazer o seu trabalho corretamente, mas abandonando-se estas aprendizagens cria-se sérios riscos de gestão e outras ramificações de conformidade.
Esta é uma situação onde uma abordagem instrucionista se mostra útil. Seja em uma sala de aula, através de um curso on-line ou de outra forma, o especialista no assunto (PME), no âmbito da organização, proporciona ao aluno uma seqüência programada de conteúdos, cuidadosamente organizados para a sua aprendizagem e - para adotar uma visão cognitivista - construir uma sólida base de conhecimento na mente do aluno.
Como um novato na área, é pouco provável que o aluno saiba o que é que ele precisa saber. O especialista (PME) transmite esta informação necessária de forma rápida e eficiente.
Em seguida, uma abordagem construtivista capacita o aluno a ampliar e aprofundar os seus conhecimentos a seu critério. Por exemplo:
- Fóruns de discussão (síncrono ou assíncrono) permitem que o aluno faça perguntas, esclareça conceitos e partilhe experiências.
- Wikis atuam como bancos de conhecimento não-linear para ser extraído, se necessário.
- Motores de busca permitem que o aluno possa seguir seus próprios caminhos de investigação.
Não sendo mais um novato, o aluno tem ferramentas para impulsionar cada vez mais a aprendizagem no contexto de seus conhecimentos prévios.
Assim como o aprendente adquire conhecimento (expertise), devemos reconhecer que, nesta era digital, não se pode esperar que uma pessoa saiba de tudo. Neste ponto, uma abordagem conectivista capacita o aluno a ampliar seus conhecimentos através de conexões (proxys).
Num artigo anterior, eu forneci os seguintes exemplos de potenciais fontes de informação que um aprendente deveria incorporar em sua rede pessoal de aprendizagem:
- Favoritos Sociais/Social bookmarks;
- Feeds de notícias, podcasts, blogs, wikis e fóruns de discussão;
- Redes sociais e profissionais, tais como Facebook e Twitter;
- Conferências da Indústria e outros eventos externos;
No ambiente atual, eu vejo o especialista como uma pessoa que une uma rica base de conhecimento com uma capacidade de conectar-se a novos conhecimentos a qualquer momento.
Uma nova representação
No local de trabalho, fica claro que o construtivismo, instrutivismo e conectivismo não são necessariamente excludentes.
O astuto profissional de e-learning aplicará os princípios de todas as três, conforme mudam as circunstâncias e as suas respectivas crescentes ou decrescentes relevâncias. Como sugeri, isso pode levar a transição do aluno de principiante a perito num domínio particular.
De uma perspectiva prática, então, a popular "evolução" do desenho instrucional de instrutivismo através do construtivismo para o conectivismo é uma ficção (Furphy)? Todas as três pedagogias tomadas uma sobre as outras fornecem um conjunto de ferramentas teóricas para que um profissional moderno possa explorar.
Portanto, proponho substituir o tradicional gradiente da esquerda para a direita por uma nova representação:
Este diagrama reconhece a cronologia da teoria do design instrucional, com as primeiras pedagogias ocupando o círculo central, e as pedagogias posteriores ocupando os anéis exteriores. No entanto, não sugere que uma pedagogia substitua as outras, em vez disso, elas se complementam.
Ato de equilíbrio
É importante ressaltar que em qualquer organização, diferentes funcionários estarão em diferentes estágios de aprendizagem de vários domínios. O designer instrucional precisa equilibrar as três abordagens pedagógicas para apoiar a todos.
Por exemplo, enquanto um curso on-line pode ser propositalmente instrucionista para apoiar os aprendentes novatos, é importante que uma abordagem centrada no aluno seja adotada para servir aos outros que também podem utilizar o curso (ou partes deste).
Conclusão
Em suma, se alguém me pergunta "Instrutivismo, construtivismo, ou conectivismo?", Eu digo: "Todos os três, onde eles são relevantes".
Nota de Tradução
Esta é uma livre tradução de Instructivism, constructivism or connectivism escrita por Ryan Tracey no excelente blogue E-learning Provocateur. Se inglês não é um problema pra você leia o original.